Sim, eu nunca havia lido
O Pequeno Príncipe quando era pequena, apesar de ser considerado um clássico. O
livro foi escrito por Antoine de Saint – Exupéry, piloto francês, que morreu
tentando cumprir seu dever na Segunda Guerra Mundial.
Um piloto (narrador da história) caiu no deserto do
Saara. Lá ele encontra um menino curioso que pede para ele desenhar um carneiro
para tê-lo em seu pequeno planeta. Assim, os dois acabam conversando e o garoto
conta a sua jornada.
A primeira coisa que notei foi que a pessoa que narra é
um narrador testemunha (narrador que não é o personagem principal da história,
mas faz parte dela) e apesar de ser um adulto, ele fala e parece se considerar
uma criança em certos momentos. Apesar de ser ensinado no curso de Letras a
diferença entre narrador, autor e escritor, aqui existe uma certa similaridade
entre o narrador e o autor por ambos serem pilotos de avião, que acabo me
perguntando se Antoine de Saint – Exupéry fez esse personagem para representá-lo
na narrativa. Acredito que sim.
O livro tem muitas características que aparecem em contos
infantis: as plantas e os animais são capazes de falar. Além de ter planetas
pequenos em que se pode dar a volta em um dia e com um só morador, coisas que
só se desligando da realidade, você seria capaz de acreditar. O personagem
pequeno príncipe capta a essência de uma criança, do jeito como ele insiste
numa pergunta até ela ser respondida e o jeito como critica os adultos, não
entendendo como eles dão atenção a coisas não importantes, como fazer contas.
O
que é raro de se encontrar em histórias infantis é pensamentos filosóficos. Não
só o pequeno príncipe, mas também os animais filosofam sobre acontecimentos da
sociedade que existem até os dias de hoje. A serpente, por exemplo, filosofou
que também existe solidão em meio a uma multidão. A raposa também fala sobre o
consumismo e como isso deixa pouco tempo para conhecer pessoas. A flor do
pequeno príncipe diz que é a única no universo, mas ele descobre que ela é só
uma rosa e que havia várias delas na Terra. Ele vê que tudo que ele tem em seu
pequeno planeta é insignificante perto do que há em nosso planeta. Até que a
raposa fala sobre como cativar torna aquilo que pode não ser único no mundo em
algo muito especial.
Fico
imaginando o que uma criança de sete para oito anos acharia desse livro.
Gostaria da parte mais infantil, como alguns diálogos mais simples e as
ilustrações ou também iria prestar atenção nesses pensamentos filosóficos, que
apesar de simplificados, ainda são complexos? Como não sou mais criança, fica
difícil dizer. Então, faça este teste com uma criança próxima e depois me
conta.
O essencial é invisível aos olhos...
O
Pequeno Príncipe