Acho que não é novidade
para quem lê o meu blog que gosto de mitologia e, como diz o título, este aqui
apresenta seres da mitologia russa. O urso e o rouxinol foi escrito em
2017 pela escritora americana Katherine Arden, sendo o primeiro de uma trilogia. Suas continuações são A menina na torre, lançada em 2018 e já traduzida para
o português pela editora Fábrica 231; e The Winter of the Witch (O inverno da bruxa), lançada em 2019 nos Estados Unidos.
Vasilisa nasceu pelo desejo de Marina de ter uma menina
com as mesmas habilidades de sua mãe de ver criaturas mágicas. Agora que seu
pai se casou novamente, Vasilisa tem que lidar com a madrasta, que vê esses
seres como demônios além de tratá-la mal.
No começo do livro, já teve algo que achei meio chato e no
decorrer do livro só piorou, que foram os nomes e sua pronúncias. Por se passar
na Rússia, palavras como Vasilisa, Morozko, Pyotr Vladimirovich, domovoi,
vodianoy são comuns, mas muito difíceis de pronunciar e até de lembrar. Além
disso, havia expressões também em russo que os personagens usavam como batyushka
(padrezinho) e devushka (donzela), mas há um glossário para caso esqueça o
significado. Apesar de ter achado um tanto irritante não conseguir ler direito
essas palavras, entendo o porquê de a autora usá-las.
O romance é dividido em três partes e não é focado apenas
na protagonista. Normalmente, gosto desse tipo de narrativa, pois ela dá uma
visão maior da história e do que está acontecendo. Mas, ter tantos personagens
em foco pode deixá-la lenta, que foi o caso.
Assim como em Fronteiras do Universo, a religião cristã
é tratada de certa forma como a “vilã”. Ou melhor, o fundamentalismo de seus
crentes é tratado como um recurso em que o verdadeiro antagonista usa a seu
favor para conseguir o seu objetivo. Por causa disso, os seres “pagãos” do
lugar começam a desaparecer, quando antes ambas as crenças viviam em harmonia,
pois as pessoas acreditavam nas duas. Acho que fica subentendido qual lição
podemos tirar disso.
Se tivesse que dar uma nota, daria 5 de 10. Não achei tão
empolgante quanto outros livros que li. Como disse em um parágrafo anterior, a
história é lenta e só comecei a me interessar no meio da segunda parte. A
protagonista é a típica garota que desafia os costumes de sua terra por ser
mais selvagem e fazer atividades mais “masculinas” ao invés de ser recatada e
dócil para ser aceita pelo futuro marido. Sinceramente, estou enjoada desse
estereótipo. Mas o livro tem pontos positivos ao apresentar seres de um
folclore que não tenho muito acesso, mesmo que esses personagens não tenham
tanto desenvolvimento. Os que tem mais foco são Morozko, que suponho que será o
interesse romântico da heroína no futuro, e Medved, o antagonista. Já tenho em
posse o segundo livro, porém devo demorar a lê-lo, pois tenho outras leituras.
Além disso, apesar de dar base para uma continuação, ele funciona como um livro
único, por isso, não tenho pressa em ler sua sequência.