Roteiro: Mariana Torres
Desenho: Maya Flor
Era uma vez um camaleão
Que queria muito ser um leão...
Oi gente! Eu e minha irmã Maya Flor lançamos mais um livro infantil. Quem tiver interessado, comente aqui ou entre em contato com o email editoraponteparaoimaginario@gmail.com
Sigamos com o quinto livro (ou terceiro se for pela ordem
de lançamento) das Crônicas de Nárnia. A Viagem do Peregrino da
Alvorada foi lançado em 1952 e teve uma adaptação de cinema feita pela Fox
em 2010, o que é algo engraçado de se pensar pois os outros dois filmes foram
feitos pela Disney e este retornou a ser da Disney depois que esta comprou a
Fox.
Lúcia e Edmundo foram obrigados a passar um tempo na casa
dos tios, cujo filho deles, Eustáquio, vive implicando com eles. Tudo que têm
de consolação é o quadro de um navio muito parecido com aqueles que tinham em
Nárnia. O que acontece quando o quadro parece ganhar vida e os transporta para
o mar junto com o primo chato?
Antes de mais nada, tenho que dizer que a pergunta que
fiz sobre como o tempo funciona em Nárnia foi finalmente respondida. E a
resposta é bem simples: Não se sabe. Você pode passar um ano aqui e se
passarem três anos em Nárnia como pode passar um ano aqui e mil em Nárnia. Não
tem uma explicação lógica para isso. Sei que é um mundo fantasia, mas até mesmo
esses universos têm uma explicação que faz sentido em seus mundos. Não sei o
que devo pensar sobre isso.
Quanto aos personagens, o que mais me chamou a atenção
foi Eustáquio. Ele é cínico e tenta agir como adulto, aplicando lógica do nosso
mundo em Nárnia e os outros acabam vendo-o como um chato. Mas isso dava uma
balanceada em meio aos personagens sonhadores e idealistas. Eustáquio
obviamente passa por uma mudança de atitude ao viver aventuras em Nárnia e
passa a agir mais como criança. Apesar disso, sinto falta de como ele era
antes, pois toda vez que ele bancava o babaca, o mundo o castigava, normalmente
de um jeito engraçado. Até o narrador zombava dele, dizendo que ele deveria ter
se focado em ler algo sobre dragões ao invés dos livros instrutivos bobos que
lia. Ripchip, o rato sem medo do livro passado retorna e apesar de ser útil, teve
uma situação que sua falta de medo não me pareceu coragem, e sim burrice e os
outro personagens fizeram bem em discordar dele. É bom saber distinguir entre
coragem, que é enfrentar o que teme, da falta de medo. Por isso, diria que
Ripchip não é corajoso e sim um ser que nada teme. Lúcia também teve de
aprender lições além de descobrirmos alguns de seus sentimentos bem
guardados, como a inveja que sente de Suzana, por ser considerada a mais
bonita. Edmundo quase não teve foco e grande parte de suas ações poderiam ser
dadas a outros personagens que daria na mesma.
Como era de se esperar, o mundo de Nárnia continua cheio
de imaginação em suas aventuras pelas diversas ilhas. Porém, encontrei poucas
referências desta vez. Em um caso há um lago em que tudo que cai dentro de sua
água vira ouro como na história do toque de ouro do rei Midas e a história da
Bela Adormecida é mencionada rapidamente em uma situação. Algo que creio ser
uma coincidência é em relação aos Tontos, anões que possuem uma perna só e cujo
pé é gigante em comparação ao resto do corpo. Isto me lembrou um pouco o Saci
Pererê, mas creio que foi apenas uma coincidência. Acho difícil um irlandês se
inspirar em uma lenda brasileira em seu livro cuja maior parte dos seres são
inspirados em lendas europeias.
Este livro me entreteve. Navegarei para o próximo.
Gostariam de vir comigo?