sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Fronteiras do Universo parte 3: O fim?




Antes de ir para o resumo, farei uma análise rápida do que achei do livro como objeto. Nos outros volumes, no começo de cada parágrafo, havia uma pequena imagem como ilustração que eu gostava e achava bonita.

Porém na Luneta Âmbar isso foi substituído por trechos, que se relacionavam com o capítulo, e só no último retornaria com a ilustração. Acho interessante essa ideia, mas preferia que o trecho fosse destacado de outro jeito, colocando ele no texto em itálico e não utilizando os quadradinhos das imagens que eu gostava tanto.

Lyra foi levada por sua mãe, a senhora Coulter, de volta para o seu mundo. Will vai à sua procura. Enquanto isso, há uma guerra acontecendo entre Lorde Asriel e seus aliados contra a Autoridade (Deus), e para isso ele precisa da faca, que está nas mãos de Will. Já estamos no último livro da trilogia, por isso não vou me conter nos spoilers.
Com relação àquela guerra entre ciência (o conhecimento) e religião (a ignorância), a ciência vence, e houve uma grande revelação sobre Deus, que na verdade era um anjo que enganou os anjos que vieram depois dele, dizendo ser seu criador e é claro, enganando também os humanos. O criador dos universos não existe. Como disse nas análises anteriores, não sou tão religiosa, por isso aceitei isso numa boa. Até achei interessante que o autor usasse elementos da Bíblia para se inspirar na hora de escrever sua história. Por exemplo o personagem Metatron, o anjo regente, aparece nas tradições judaicas e algumas cristãs, como mediador de Deus e dos seres humanos. A possibilidade de ele ter sido um homem, dito na Luneta Âmbar também não foi inventado, pois já havia essa possibilidade nas religiões ditas acima. Também houve base na mitologia grega, pois no mundo dos mortos há harpias, as mulheres meio pássaro e o barqueiro que conduz os mortos para uma ilha, lembrando o barqueiro Caronte.
Com relação ao título do romance, quase havia me esquecido que tinha uma luneta âmbar na história, pois ela aparece tão pouco, tendo sido criada pela doutora Malone e os mulefas (seres de outro universo, de aparência totalmente diferente da nossa, mas ainda assim inteligentes como nós), que comparado ao número de capítulos que ela aparece com o das crianças, é bem pouco. A luneta é usada para enxergar o pó.
Me surgiram dúvidas que o livro não respondeu, ou então eu é que perdi algo enquanto estavam lendo. Se for o segundo caso, por favor sintam-se à vontade para respondê-las:  Por que só os dimons de Lyra e Will estavam perto da fortaleza de Lorde Asriel? Os galivespianos que estavam com as crianças no mundo dos mortos também deixaram algo para trás (o que seriam seus dimons) quando pegaram o barco para encontrar os fantasmas. Eles não deveriam estar esperando por eles também? Isso aconteceu devido a eles não serem humanos? Ou por que o tempo de vida deles estava acabando? Por que os fantasmas que foram lutar na guerra não desapareceram ao saírem do mundo dos mortos se foi comprovado que era isso que acontecia? A profecia disse que Lyra acabaria com o destino, mas na hora que ela e Will estavam argumentando um modo de se encontrar sem causar danos a nenhum dos mundos, o anjo que estava com eles disse que o destino não podia ser detido. Como assim?!
Das personagens da trilogia, as que eu acabei mais gostando foram Mary Malone e, por incrível que pareça, a senhora Coulter. A primeira é uma cientista, e ainda por cima ex-freira que pesquisava sobre o Pó, que acaba se envolvendo na aventura. Gostei da personalidade determinada dela e seu interesse em aprender. A segunda foi algo misto, pois eu a odiava desde o primeiro livro, mas sabe aquele ódio que você tem de um vilão, porém ao mesmo tempo você acha ele fascinante? Foi esse o caso. Desde a primeira aventura, você fica sem saber se ela é completamente má e falsa ou se tem ainda algum carinho por alguém. Achei ela fascinante, e até senti pena do que aconteceu com ela no final. Já os protagonistas (ou pelo menos os que tinha mais foco, pois o livro tinha vários capítulos com o foco em outros personagens) Will e Lyra, gostei da relação dos dois apesar de Lyra não ter nenhuma ação de combate como Will, mas uma garota não precisa utilizar força bruta para ser interessante. Eles se complementam bem, sendo Will um garoto sério, mais controlado e Lyra mais falante e ousada. Senti a tristeza deles quando cada um foi para o seu mundo, sem nunca mais poder ver um ao outro.
No geral, a história foi bem interessante. Claro que gostaria que as perguntas que falei acima fossem respondidas, além de preferir que o clímax do final fosse a guerra e não o padre Gomez tentando matar Lyra. E é claro, queria que o casalzinho ficasse junto. Mas ouvi falar que além de estrear uma série no BBC das Fronteiras do Universo, o autor Philip Pullman iria escrever uma outra trilogia relacionada a esses livros. Então, talvez ainda tenha uma possibilidade de um final mais feliz. Bem, o que nos resta é esperar.

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