Antes
de ir para o resumo, farei uma análise rápida do que achei do livro como
objeto. Nos outros volumes, no começo de cada parágrafo, havia uma pequena
imagem como ilustração que eu gostava e achava bonita.
Porém
na Luneta Âmbar isso foi substituído
por trechos, que se relacionavam com o capítulo, e só no último retornaria com
a ilustração. Acho interessante essa ideia, mas preferia que o trecho fosse
destacado de outro jeito, colocando ele no texto em itálico e não utilizando os
quadradinhos das imagens que eu gostava tanto.
Lyra
foi levada por sua mãe, a senhora Coulter, de volta para o seu mundo. Will vai
à sua procura. Enquanto isso, há uma guerra acontecendo entre Lorde Asriel e
seus aliados contra a Autoridade (Deus), e para isso ele precisa da faca, que
está nas mãos de Will. Já estamos no último livro da trilogia, por isso não vou
me conter nos spoilers.
Com
relação àquela guerra entre ciência (o conhecimento) e religião (a ignorância),
a ciência vence, e houve uma grande revelação sobre Deus, que na verdade era um
anjo que enganou os anjos que vieram depois dele, dizendo ser seu criador e é
claro, enganando também os humanos. O criador dos universos não existe. Como
disse nas análises anteriores, não sou tão religiosa, por isso aceitei isso
numa boa. Até achei interessante que o autor usasse elementos da Bíblia para se
inspirar na hora de escrever sua história. Por exemplo o personagem Metatron, o
anjo regente, aparece nas tradições judaicas e algumas cristãs, como mediador
de Deus e dos seres humanos. A possibilidade de ele ter sido um homem, dito na Luneta Âmbar também não foi inventado,
pois já havia essa possibilidade nas religiões ditas acima. Também houve base
na mitologia grega, pois no mundo dos mortos há harpias, as mulheres meio
pássaro e o barqueiro que conduz os mortos para uma ilha, lembrando o barqueiro
Caronte.
Com
relação ao título do romance, quase havia me esquecido que tinha uma luneta
âmbar na história, pois ela aparece tão pouco, tendo sido criada pela doutora
Malone e os mulefas (seres de outro universo, de aparência totalmente diferente
da nossa, mas ainda assim inteligentes como nós), que comparado ao número de
capítulos que ela aparece com o das crianças, é bem pouco. A luneta é usada
para enxergar o pó.
Me
surgiram dúvidas que o livro não respondeu, ou então eu é que perdi algo
enquanto estavam lendo. Se for o segundo caso, por favor sintam-se à vontade
para respondê-las: Por que só os dimons
de Lyra e Will estavam perto da fortaleza de Lorde Asriel? Os galivespianos que
estavam com as crianças no mundo dos mortos também deixaram algo para trás (o
que seriam seus dimons) quando pegaram o barco para encontrar os fantasmas.
Eles não deveriam estar esperando por eles também? Isso aconteceu devido a eles
não serem humanos? Ou por que o tempo de vida deles estava acabando? Por que os
fantasmas que foram lutar na guerra não desapareceram ao saírem do mundo dos
mortos se foi comprovado que era isso que acontecia? A profecia disse que Lyra
acabaria com o destino, mas na hora que ela e Will estavam argumentando um modo
de se encontrar sem causar danos a nenhum dos mundos, o anjo que estava com
eles disse que o destino não podia ser detido. Como assim?!
Das
personagens da trilogia, as que eu acabei mais gostando foram Mary Malone e,
por incrível que pareça, a senhora Coulter. A primeira é uma cientista, e ainda
por cima ex-freira que pesquisava sobre o Pó, que acaba se envolvendo na
aventura. Gostei da personalidade determinada dela e seu interesse em aprender.
A segunda foi algo misto, pois eu a odiava desde o primeiro livro, mas sabe
aquele ódio que você tem de um vilão, porém ao mesmo tempo você acha ele
fascinante? Foi esse o caso. Desde a primeira aventura, você fica sem saber se
ela é completamente má e falsa ou se tem ainda algum carinho por alguém. Achei
ela fascinante, e até senti pena do que aconteceu com ela no final. Já os
protagonistas (ou pelo menos os que tinha mais foco, pois o livro tinha vários capítulos
com o foco em outros personagens) Will e Lyra, gostei da relação dos dois
apesar de Lyra não ter nenhuma ação de combate como Will, mas uma garota não
precisa utilizar força bruta para ser interessante. Eles se complementam bem,
sendo Will um garoto sério, mais controlado e Lyra mais falante e ousada. Senti
a tristeza deles quando cada um foi para o seu mundo, sem nunca mais poder ver
um ao outro.
No
geral, a história foi bem interessante. Claro que gostaria que as perguntas que
falei acima fossem respondidas, além de preferir que o clímax do final fosse a
guerra e não o padre Gomez tentando matar Lyra. E é claro, queria que o
casalzinho ficasse junto. Mas ouvi falar que além de estrear uma série no BBC
das Fronteiras do Universo, o autor
Philip Pullman iria escrever uma outra trilogia relacionada a esses livros.
Então, talvez ainda tenha uma possibilidade de um final mais feliz. Bem, o que
nos resta é esperar.
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