Sim, Neil Gaiman de novo.
Mas ele não está sozinho dessa vez. Belas Maldições foi uma coprodução entre o autor Neil Gaiman e o
falecido escritor Terry Pratchett que escreveu a coleção Discworld, livros de fantasia que satirizam esse tema. Queria saber
como funcionou na hora de escrever esse livro. Será que um escreveu tudo
enquanto o outro só concordou e sugeriu algumas ideias ou cada um escrevia uma
parte? Não sei a resposta. Só sei que deu certo.
Crowley e Aziraphale são um demônio e um anjo,
respectivamente. Eles estão em lados opostos na disputa entre Deus e o Diabo
sobre quem terá mais seguidores. Mas ambos, além de se darem bem, se
acostumaram com a vida terrena dos mortais e desejaram ficar assim por muito
tempo. Porém, a vinda do anticristo, o sinal de que o fim dos tempos está
próximo poderia estragar isso. Será que eles darão um jeito para continuar com a vida que estavam vivendo sem desobedecer às ordens de seus chefes? O que
aconteceria se o anticristo fosse para a família errada e tivesse uma vida
normal?
Já, pelo resumo acima, dá para ver que não será aquele
fim do mundo aterrorizante, a menos que considere humor negro como algo
assustador. Mas não tem só esse tipo de humor.
As referências que são os números pequenos que aparecem juntos a uma
palavra ou frase, com uma explicação no final da página, são inventadas pelos
autores, normalmente para deixar o texto mais engraçado e dando informações
extras para a história. E, é claro, tem os acontecimentos da história, que
descrevem de um jeito que me lembra um roteiro de seriado ou o livro Lugar
Nenhum, obra de Neil Gaiman, que tem vários personagens dividindo o foco.
Se só tivesse o nome de Neil Gaiman na obra, eu não teria dúvidas de que ele o
havia escrito, pois o estilo é bem a cara dele.
O livro é dividido em capítulos intitulados: No início, Onze anos antes, Quarta-feira,
Quinta-feira, Sexta-feira, Sábado e Domingo, que foram os acontecimentos que
ocorreram com os personagens nesses dias (Duh). Os personagens são muitos,
tendo cada um o seu núcleo e seus objetivos até que se encontram com os outros
personagens, bem estilo novelas da tevê. Agradeço que o livro tenha uma página
dizendo o nome dos personagens e quem eles são, pois como eu disse antes, é um
número muito grande e fica difícil lembrar o nome de todos eles. Apesar de
muitos, os personagens são carismáticos, fazendo a gente torcer que logo haja o
encontro de cada um dos grupos a qual eles pertencem.
Se for para colocar defeito na obra, eu diria que o
clímax do livro foi meio sem graça. Estavam construindo para ser algo épico e
cômico quando os personagens de cada grupo tentavam se dirigir para o local que
a tragédia ia acontecer, mas quando há o confronto entre céu e inferno, termina
rápido e com uma resolução meio chata.
Algo que me chamou a atenção desde a premissa é o fato de
não só um anjo e um demônio serem amigos, mas também o fato de o céu e o
inferno terem similaridades. Ambos não se importavam se o mundo fosse destruído
para ganharem a guerra, o que deixou Aziraphale, o anjo, chateado ao descobrir
isso dos céus. Essa temática me lembrou Fronteiras
do Universo, que a Autoridade (Deus) não era bom. Isso me fez pesquisar as
datas de cada uma das obras. Belas
Maldições foi lançado em 1990 no Reino Unido enquanto a trilogia de Fronteiras do Universo foi lançada nos
anos 1995, 1997 e 2000. Belas Maldições
nasceu primeiro.
Será lançada uma série desse livro, como informada nesse
site: https://jovemnerd.com.br/nerdnews/belas-maldicoes-david-tennant-compartilha-foto-do-elenco-reunido/
, o que faz sentido pois o livro parece ter sido escrito para esse tipo de
mídia. Bem, enquanto a série não sai, a única forma de saber como o mundo acaba
é por este livro. Ou pela Bíblia. Mas fica por sua escolha se você prefere algo
mais cômico ou sério.
Nenhum comentário:
Postar um comentário