sexta-feira, 28 de junho de 2019

A dentuça que não era baixinha nem gorducha




          Como já fiz a resenha de um livro infantil de uma autora angolana, nada mais justo do que fazer uma análise de um conto vindo de Moçambique. O jovem caçador e a velha dentuça foi escrito por Lucílio Manjante e ilustrado por Brunna Mancuso. A editora é a Kapulana que conta como histórico várias obras de autores africanos.

            Um jovem caçador vai até a floresta, conhecida por ser um local habitado por belas mulheres que não envelhecem, e que também vive uma velha com dentes de um metro de altura.

            Esse é o tipo de história que tenho mais interesse, pois sua estrutura lembra bastante um conto de fadas. De certa forma, é um conto de fadas, só que de origem moçambicana ao invés de europeia, cujas histórias são mais conhecidas pelo público geral. O livro também traz uma outra versão da história chamada O rapaz caçador e seus três cães, contada por Laurinda Tibana. Mas esta versão conta desde o início como a velha mata os homens, estragando a surpresa.

            As ilustrações são simples, mas atraentes e coloridas, que combinam bem com o público que desejam atrair. Elas também são usadas espertamente para explicar o significado de algumas palavras que, com exceção da palavra canídeo, são desconhecidas. Recomendo a leitura tanto para adultos que gostam de contos populares de outros países quanto para crianças.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Presente


            - Oi amiga, tá comprando roupa pra quem?

            - Para o amor da minha vida.

            - Finalmente arrumou um namorado?

            - Muito melhor, olha ali.

            A garota aponta para o espelho enquanto seu reflexo sorri e dá um tchauzinho.







Para as pessoas que estão sem namorado(a) nesse dia 12: Vocês não estão sozinhas 😉.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Angola + Brasil = Literatura




         Acho que nunca fiz uma resenha de um livro dirigido apenas ao público infantil. Tem a primeira vez para tudo e esse livro é interessante de se comentar. Kambas para sempre pertence à editora Kapulana, sendo sua escritora Maria Celestina Fernandes, uma autora de origem angolana. Suas ilustrações foram feitas pela brasileira Mariana Fujisawa.

            Lueji é uma menina brasileira que tem o nome de uma rainha africana. Ela aprende a história de seus antepassados africanos enquanto lida com o preconceito sofrido na escola.

            O livro é bem didático, obviamente direcionado a crianças de oito a dez anos. As ilustrações são bem atrativas para o público infantil. Ele trouxe duas palavras do vocabulário angolano: bué (gosto muito) e o kamba (amigo/amiga) do título. Gostaria que tivesse trazido mais. A única coisa que me deu estranheza foi como a avó da menina usou o pronome tu e conjugou os verbos desse pronome corretamente. Quase nunca escuto pessoas aqui no Brasil usar o pronome tu ainda mais conjugando os verbos de forma certa. Mas isso pode ter sido uma escolha da autora para diferenciar a fala da avó dos outros personagens.

            Kambas para sempre é um livro bonitinho e de fácil entendimento para a faixa etária que comentei no parágrafo acima. Daria um ótimo paradidático.