Finalmente li A
Memória de Babel, o terceiro livro da Passa-Espelhos de Christelle
Dabos que foi lançado em 2017 na França enquanto aqui no Brasil só saiu em
2020. Espero que o próximo saia este ano para não me esquecer dos detalhes.
Dois anos e sete meses se passaram desde a fuga de Thorn
e o encontro com “Deus”. Desde este tempo, Ophélie voltara a Anima, onde as
Decanas a vigiam. Mas ela acaba recebendo uma visita surpresa que a tirará desta
terra e a levará para outra. Será que no meio disso tudo, ela se reencontrará
com Thorn?
Primeiramente, agradeço a editora por ter a bondade de
deixar um resumo dos acontecimentos do segundo livro, para refrescar a memória.
Por falar nisso, um dos focos principais da Passa-Espelhos é a luta pela
permanência da memória, enquanto os poderosos tentam destruir os acontecimentos
passados. Como por exemplo em Anima, onde as decanas mandaram tirar todos as
peças do museu que envolvessem as guerras passadas. Também acontece isto na
arca de Babel, onde se passa este livro, que há muita censura nos livros e
proibições no vocabulário das pessoas. Coincidentemente ou não, isso remete a
acontecimentos recentes, com a destruição de estátuas por protestos radicais e
censura ou mudança em alguns livros que hoje são considerados polêmicos. Não
podemos mudar o passado, mas também não podemos nos esquecer dele, pois assim
não cometeremos os mesmos erros.
Nos livros passados, já foi dito que havia várias arcas
governados por outros espíritos familiares. Aqui somos apresentados a arca de
Babel, governados pelos gêmeos Pólux, cujo todos os nascidos com poderes são de
sua descendência, e Hélène, que não pode ter filhos, por isso acolhe os sem
poderes e estrangeiros como seus afilhados. Gosto da construção de mundo que é
feita nesses livros, mas acho que infelizmente, não será tão bem aproveitada,
pois a história acaba no quarto volume. A menos que a autora decida prosseguir
como outros personagens.
Como no volume anterior, além de A Memória de Babel
apresentar o ponto de vista Ophélie, também apresenta alguns capítulos focados
em Victoire, a filha de dois anos de Berenilde que apareceu no segundo livro
como uma recém-nascida. Apesar de parecer uma escolha estranha no início, Victoire
não é uma criança comum, como é de se esperar de uma filha direta de um
espírito familiar. Apesar de não saber andar ou falar, ela é bem esperta para
sua idade e possui um poder desconhecido dos outros de separar a alma de seu
corpo.
Com relação ao romance, me incomodou um pouco que a
motivação de Ophélie tenha sido o amor ao seu marido. Algo meio estranho de eu
dizer, pois estava torcendo para que os dois se apaixonassem, mas não sei dizer
o porquê agora isso me incomoda. Talvez porque nunca tenha visto esta
personagem como alguém que se apaixonaria a ponto de se arriscar desse jeito.
Enquanto
os mistérios apresentados nos outros dois volumes, alguns já foram respondidos
e espero a conclusão no último livro. Enquanto isso, tentarei guardar em minha
memória todos os acontecimentos deste romance o máximo de tempo possível.
Espero que a tradução não demore, pois esqueço das coisas tão rápido quanto os
espíritos familiares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário