sexta-feira, 25 de outubro de 2024

A Primeira Viagem no Tempo

 


            Retorno com a resenha de mais uma obra clássica escrita por H. G. Wells. A Máquina do Tempo foi escrita em 1895 e foi o livro que originou o subgênero de viagem no tempo.

            Numa discussão científica, um cientista sugere qual seria a quarta dimensão: o tempo. E com isso, ele faz uma demonstração usando um protótipo antes de mostrar a máquina do tempo, que ainda não estava finalizada. Dias se passaram e ele convidou seus colegas para jantarem em sua casa. O cientista não só chegou atrasado, mas também ferido e com suas roupas em farrapos. Depois de se vestir e comer, ele conta sobre a sua aventura pelo futuro.

            A história tem uma visão bem pessimista sobre o nosso futuro, em que o ser humano após milhares de anos, sofreria uma decadência em sua inteligência e aparência. Aqui, a humanidade se dividiu em duas espécies: os Eloi e os Morlocks. Os Eloi são o povo da superfície, e possuem o tamanho e a mentalidade de uma criança. O protagonista acredita que eles evoluíram para esse tipo devido as poucas dificuldades que passaram durante a vida, pois as dificuldades fazem o homem mais forte e o desafia a usar sua inteligência para solucionar problemas. Engraçado como os Eloi podem ser comparados a minha geração e a que veio depois de mim. Duas gerações que os pais mimaram e cuja tecnologia facilita a vida ao ponto de não terem que ralar tanto quanto seus pais e avós tiveram para dar a moleza que temos agora. Em compensação, assim como os Eloi, por viverem em seu mundinho, não estão acostumados com as coisas de fora, se assustando quando a realidade bate na sua porta e que ela não se resume ao seu grupinho de internet. Outra semelhança é o fato dos Eloi não possuírem diferenças aparentes entre o feminino e o masculino, algo que a cultura de hoje quer emplacar deixando as mulheres mais masculinas e os homens mais femininos, negando a natureza de seu sexo biológico.

            Quanto aos Morlocks, eles são o povo que vive no subsolo cuja visão evoluiu para enxergar no escuro. Sua aparência é mais animalesca e ao contrário dos Eloi que são vegetarianos, os Morlocks são carnívoros e caçam durante a noite. Possuem inteligência de um predador e não tem nenhum interesse em se comunicar com o viajante do tempo como tiveram os Eloi. O protagonista teoriza que os Eloi e os Morlocks haviam sido a os ricos e os trabalhadores mais humildes respectivamente, antes de evoluírem. Isso claramente foi uma crítica da diferença econômica entre as duas classes sociais e como pode acarretar problemas no futuro. Em minha opinião, foi um tanto exagerada, mas como é uma ficção, relevei um pouco.

            Apesar dos exageros, o livro traz boas discussões que podem ser relacionadas com situações atuais e não me surpreende que ele tenha iniciado um novo subgênero na literatura. Por isso, acredito que seja uma leitura essencial para os fãs de ficção cientifica, especialmente os que gostam de viagem no tempo. É um clássico por um bom motivo. Só cuidado com a noite. Não vai querer encontrar nenhum Morlock pelo caminho.

 

 


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