Retorno com a resenha de
mais uma obra clássica escrita por H. G. Wells. A Máquina do Tempo foi
escrita em 1895 e foi o livro que originou o subgênero de viagem no tempo.
Numa discussão científica, um cientista sugere qual seria
a quarta dimensão: o tempo. E com isso, ele faz uma demonstração usando um
protótipo antes de mostrar a máquina do tempo, que ainda não estava finalizada.
Dias se passaram e ele convidou seus colegas para jantarem em sua casa. O
cientista não só chegou atrasado, mas também ferido e com suas roupas em
farrapos. Depois de se vestir e comer, ele conta sobre a sua aventura pelo
futuro.
A história tem uma visão bem pessimista sobre o nosso
futuro, em que o ser humano após milhares de anos, sofreria uma decadência em
sua inteligência e aparência. Aqui, a humanidade se dividiu em duas espécies:
os Eloi e os Morlocks. Os Eloi são o povo da superfície, e possuem o tamanho e
a mentalidade de uma criança. O protagonista acredita que eles evoluíram para
esse tipo devido as poucas dificuldades que passaram durante a vida, pois as
dificuldades fazem o homem mais forte e o desafia a usar sua inteligência para solucionar
problemas. Engraçado como os Eloi podem ser comparados a minha geração e a que
veio depois de mim. Duas gerações que os pais mimaram e cuja tecnologia
facilita a vida ao ponto de não terem que ralar tanto quanto seus pais e avós
tiveram para dar a moleza que temos agora. Em compensação, assim como os Eloi, por
viverem em seu mundinho, não estão acostumados com as coisas de fora, se
assustando quando a realidade bate na sua porta e que ela não se resume ao seu
grupinho de internet. Outra semelhança é o fato dos Eloi não possuírem diferenças
aparentes entre o feminino e o masculino, algo que a cultura de hoje quer emplacar
deixando as mulheres mais masculinas e os homens mais femininos, negando a
natureza de seu sexo biológico.
Quanto aos Morlocks, eles são o povo que vive no subsolo
cuja visão evoluiu para enxergar no escuro. Sua aparência é mais animalesca e
ao contrário dos Eloi que são vegetarianos, os Morlocks são carnívoros e caçam
durante a noite. Possuem inteligência de um predador e não tem nenhum interesse
em se comunicar com o viajante do tempo como tiveram os Eloi. O protagonista
teoriza que os Eloi e os Morlocks haviam sido a os ricos e os trabalhadores
mais humildes respectivamente, antes de evoluírem. Isso claramente foi uma
crítica da diferença econômica entre as duas classes sociais e como pode acarretar
problemas no futuro. Em minha opinião, foi um tanto exagerada, mas como é uma
ficção, relevei um pouco.
Apesar dos exageros, o livro traz boas discussões que
podem ser relacionadas com situações atuais e não me surpreende que ele tenha iniciado
um novo subgênero na literatura. Por isso, acredito que seja uma leitura
essencial para os fãs de ficção cientifica, especialmente os que gostam de
viagem no tempo. É um clássico por um bom motivo. Só cuidado com a noite. Não
vai querer encontrar nenhum Morlock pelo caminho.
Ler a resenha me deixou com vontade de ler o livro.
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