É sempre bom ler uns clássicos de vez em quando... Viagens
de Gulliver foi escrito pelo irlandês Jonathan Swift em 1726. Será que é
bom? Vamos descobrir:
Lemuel Gulliver se formou como médico e sempre quis
viajar pelo mar. Em uma dessas viagens, seu navio naufragou, sendo ele o único
que sobreviveu. Conseguindo chegar em terra, sentiu sono e dormiu. Mas ao
acordar, viu que seu corpo havia sido preso por humanos bem pequenos, com menos
de quinze centímetros de altura.
Primeiramente, tenho que dizer que a edição que tenho em
mãos não está completa. Aqui contém apenas duas partes de quatro sendo elas a Viagem
a Lilliput e a Viagem a Brobdingnag. Faltam a Viagem a Laputa, Balnibarbi, Luggnagg,
Glubbdubdrib e Japão e
a Viagem ao país dos Houyhnhnms. Não sei o porquê a editora Autêntica
não colocou as outras duas partes. Por essa razão, vou apenas resenhar as que
estão contidas nesse livro.
O
livro trata como se os personagens fossem reais, ao ponto que tem um texto do
editor, que é primo de Gulliver, comentando sobre seus escritos, e como ele
cortou certas partes que achava desnecessárias, como detalhes das operações
contra tempestades. Por esses diários terem sido escritos pelo protagonista,
ele é também o narrador e o único cujo ponto de vista é mostrado nessas
viagens. Então, os outros personagens só podem ser vistos pela lente de
Gulliver.
Os lugares em que Gulliver passou foram Lilliput e
Brobdingnag, que são completos opostos. O primeiro, é um lugar de gente bem
pequena, que possui uma rixa com outro país de pessoas pequenas, Blefuscu,
devido a algo que a nossos olhos, seria bobo (qual o lado certo de quebrar um
ovo). Suas leis são bastantes rígidas assim como sua educação. Enquanto
Brobdingnag é uma terra onde as pessoas são gigantes, pacífica, com poucas
matérias nas escolas e também poucos livros. Eles também se diferem no modo
como tratam o protagonista. Lilliput o trata como uma ameaça no começo, depois
como arma de guerra e por último como algo caro para se manter devido ao seu
imenso tamanho. E Brobdingnag o trata como um pet divertido, com uma cultura inferior
à deles. Gulliver é visto literalmente e figurativamente, como alguém grande e
pequeno por essas respectivas nações.
Vi que este livro é classificado como infanto-juvenil e,
sinceramente, não compreendo o porquê. Apesar de ter momentos engraçados, como
Gulliver mijando no palácio do rei de Lilliput para apagar o fogo e a
rivalidade dele com o anão de Brobdingnag, a história tem muitas passagens que focam
nas descrições políticas das nações fictícias e um pouco também da Inglaterra
daquela época que entediaria várias crianças (e alguns adultos). Vi que de
acordo com o próprio autor, ele criou
esse livro para “agredir o mundo, e não o divertir”. Isso explica bastante
coisa.
Quando peguei este livro em mãos, imaginei que fosse uma
simples fantasia e não uma sátira política, o que para mim, foi uma surpresa
desagradável. Apesar de conter algumas críticas interessantes, não gostei muito
e nem desejo ler os capítulos que faltam. Mas se ainda deseja embarcar nessa
história, vá em frente. Só cuidado onde naufragar. Você pode acordar amarrado
por pequenas pessoas ou ser esmagado por um gigante.
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