sexta-feira, 26 de novembro de 2021

O clichê de todo romance de cavalaria

 


            Não falei que continuaria esta saga até o final? Bom, O Castelo de Llyr é o terceiro livro das Aventuras de Prydain, escrito por Lloyd Alexander em 1966. Sigamos para o resumo:

            Infelizmente, Eilonwy não podia ficar para sempre em Caer Dallben. Então, ela foi mandada acompanhada de Taran e Gurgi para um navio em direção à ilha de Mona, onde a garota aprenderia a agir como uma princesa. Mas quando eles menos esperaram, aparece o próprio príncipe Gwydion disfarçado de sapateiro para avisar que todos correm perigo. Qual será esse perigo?

            Pelo parágrafo acima, faz parecer que a princesa Eilonwy teria um papel de destaque. E ela tem, mas apesar da história ser ao seu redor, a garota não tem um papel muito ativo neste livro pois aqui ela é a donzela sequestrada. O que é uma pena, pois apesar da personagem ter se tornado irritante para mim com o passar dos livros, ela tinha um potencial. Porém, aqui ela é só a principal motivação para Taran, cuja relação com ela apresenta um outro clichê que os livros anteriores já mostraram que é a dos dois jovens que se amam, apesar de viverem brigando. Além disso Eilonwy me deixou com raiva ainda no começo, quando ela julga as outras damas por ficarem no castelo e preferirem atividades tipicamente femininas enquanto ela gosta de aventuras, e ainda assim ela não parece ser tão diferente delas quando a questão é ser capturada pelo inimigo, pois não possui a habilidade de luta como a de seus companheiros homens. E quando o romance dá uma possibilidade dela ficar poderosa, ele não o faz. Isso me deixou bastante decepcionada.

            E quanto aos outros personagens? Eles foram tão ruins quanto Eilonwy? Não. A maioria dos personagens mantem as mesmas características que foram apresentados, com exceção de Taran, que finalmente aprendeu a ser mais responsável após as aventuras anteriores. Infelizmente, Doli, o anão rabugento, não aparece nesta história. Outro personagem aparece em seu lugar para completar o grupo é o príncipe Rhun, um jovem atrapalhado, mas de boas intenções. Também há o retorno de outro personagem que não aparece desde o primeiro livro que é Achren, a feiticeira mentora de Eilonwy, e a antagonista principal deste livro.

            Algo que percebi no livro anterior, O Caldeirão Negro e que também notei no Castelo de Llyr é que ambas as capas mostram cenas que não acontecem na história. No Caldeirão Negro, Eilonwy nunca segurou uma espada assim como neste livro, a gata gigante nunca atacou Taran e a princesa no castelo. Sei que não é um erro muito grande, mas acho que a editora deveria ter tido mais cuidado com isso.

            Já a história em geral, foi do mesmo modelo das outras em que os heróis encontram alguns desafios antes de ir para o conflito final, que devo dizer que foi meio fraco. Pelo menos o meio me entreteve o bastante.

Apesar das críticas, não achei O Castelo de Llyr inferior aos volumes anteriores. Diria que teve consequências menos sérias que O Caldeirão Negro, mas como disse no parágrafo anterior, eles seguem o mesmo padrão que é bastante típico da literatura infanto-juvenil. Faltam dois livros para acabar a saga. Então, continuarei viajando por estas terras. Até a próxima resenha!

 

 

 

 


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

O substituto

 

                                  

                                                               Roteiro: Mariana Torres

                                                               Desenho: Maya Flor



sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Cuidado com o rio

 


            Trago novamente mais um conto folclórico vindo do Amazon Kindle. As águas do rio foi escrito por G. G. Diniz e lançado na plataforma em 2018.

            Bruno vai acampar com os amigos próximo ao rio Amazonas, apesar da preocupação de sua mãe e de sua dinda, que avisou para não ir ao rio de noite. O que será que vai acontecer neste acampamento?

            A capa e o título já revelam qual ser do nosso folclore será a atração, que é a Iara. Mas ao invés de focar no aspecto mais sedutor da sereia, este conto mostra o seu lado de predadora e o que acontece com quem atravessa o seu caminho. Há também uma pequena aparição de outro ser folclórico, mas não revelarei qual, para caso vocês queiram ler.

            Recomendo o conto para quem quiser ler uma perspectiva mais adulta e violenta de um de nossos folclores mais populares. É um conto curto e de fácil leitura. E lembrem-se: Nunca vão ao rio à noite.


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

De volta a Prydain...



                 Voltamos agora para o segundo volume das Aventuras de Prydain. O Caldeirão Negro foi escrito em 1965 pelo escritor Lloyd Alexander e, como o livro que lhe antecede, foi usado pela Disney como base para criar o filme O Caldeirão Mágico.

            Após a derrota do Rei Cornudo, Taran voltará às suas atividades normais de porqueiro-assistente. Mas as forças de Arawn não foram completamente acabadas e com o poder do caldeirão, ele cria mais guerreiros dos cadáveres roubados.

            Uma curiosidade que esqueci de mencionar na resenha de O Livro dos Três é que o autor inspirou esta história na mitologia e no folclore do País de Gales. Um exemplo são as três bruxas Orddu, Orwen e Orgoch, que são baseadas em uma lenda celta. Por falar nelas, as três e o caldeirão são os elementos deste livro que apareceram no filme O Caldeirão Mágico. A animação não segue a sequência certa dos dois livros, e acaba por misturar ambas as narrativas, além de excluir muitos personagens e infantilizar a adaptação.

            Falando nos personagens, como no livro anterior, temos todo o grupo de heróis de volta. Incluindo Doli, um rabugento anão do Povo Formoso, entrou para o grupo como guia para os outros quatro na segunda metade do Livro dos Três. Também temos Ellidyr, um príncipe habilidoso e arrogante; Adaon, filho do chefe dos bardos, que é calmo e misterioso; os outros amigos Gwydion, Morgant e Smoit; e as próprias bruxas que mencionei no parágrafo anterior, os únicos seres verdadeiramente neutros nessa guerra entre o bem e o mal.

Na resenha anterior, elogiei a interação do grupo principal, mas aqui vou expor os pontos negativos: neste livro, as brigas entre Eilonwy e Taran são mais irritantes do que engraçadas. Também não gosto como eles põem sempre Taran para ser o líder do grupo sendo que Fflewddur é mais velho e mais experiente que ele nas lutas. Por falar no protagonista, ele aparentava ter aprendido a lição no volume anterior de que uma aventura poderia ser perigosa. Aqui, ele parece ter esquecido tudo isto e estar ansioso para voltar à ativa. Talvez seja por causa das atividades tediosas de porqueiro-assistente. Espero que o resultado desta jornada fique gravado para o terceiro volume.

            De maneira geral, O Caldeirão Negro tem os mesmos elementos fantásticos do primeiro volume só que com um tom um pouco mais sombrio (houve mortes importantes neste livro), com um ou outro clichê típico da narrativa deste gênero (quem diria que o cavaleiro sério que se veste todo de negro não trairia os outros no final...). Apesar disso, este livro me entreteve. Ainda faltam mais três livros para terminar. Por isso, minha jornada por Prydain deve continuar.