sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

A aventura final

 


        Chegamos ao último livro da saga escrita por Lloyd Alexander em 1968, O Rei Supremo. O que Taran vai enfrentar desta vez? Que destino aguarda nosso protagonista e seus companheiros? Vamos para o resumo.

            Depois de sua jornada pelo autodescobrimento, Taran junto ao seu companheiro Gurgi retornam a Caer Dallben e reencontram velhos amigos como Eilonwy, que estava num outro reino aprendendo a ser uma dama, e Rhun, que agora se tornara rei de sua terra. Mas esta reunião feliz dura pouco pois Fflewddur chega com o príncipe Gwydion ferido e com a notícia de que os Caçadores de Annuvin roubaram Dyrnwyn, a poderosa espada de Gwydion.

            Diferente dos volumes anteriores, este aqui não possui apenas o ponto de vista de Taran. Dois capítulos foram dedicados a Eilonwy; um para Kaw, o corvo; um para o mago Dallben e parte de um capítulo para Gurgi. Foi interessante sair um pouco do modelo dos outros livros, afinal, este possui o confronto final entre nossos heróis e o rei de Annuvin, vilão principal que finalmente aparece.

            É aqui neste volume que finalmente vemos a habilidade de Hen Wen, a porca oracular, que diferente do filme, usa bastões para prever o futuro ao invés de água. Talvez eles tenham escolhido água no desenho como referência ao lago que Taran buscara no livro anterior para descobrir sua ascendência.

            Já falei dos pontos positivos, agora falarei dos negativos. Infelizmente, esta aventura foi a mais chata da saga. Como este livro tentou ser mais sério, não houve quase nenhuma cena engraçada. O grupo principal estava bem, como era de se esperar. Eilonwy estava menos chata, graças a Deus. Mas vários secundários retornaram apenas para morrer em batalha, ou tiveram poucas menções no texto. Um que teve mais foco foi Glew, o ex-gigante que aparece no terceiro volume. Porém, achei ele insuportável. Tudo que ele fazia era reclamar e não fazia nada de útil para o grupo, além de ser ganancioso e egoísta, em contraparte com Doli, que apesar de ser baixinho e reclamão como Glew, se importava com seus amigos e os ajudou bastante nas batalhas.

Quanto ao antagonista principal, Arawn, ele quase não aparece na história. Sabemos que ele já não entrava em combate e era do tipo manipulador, mas poderia ter pelo menos dado a ele mais foco e personalidade ao invés de deixá-lo apenas como obstáculo para os nossos heróis. Por falar em obstáculo, seus servos, os Nascidos do Caldeirão, aparecem no livro. Porém, estou confusa. A destruição do Caldeirão Negro no segundo volume não implicaria na morte de todos os seres que surgiram dele ou apenas impediriam que mais mortos-vivos surgissem? Admito que não lembro se o autor mencionou isto ou não.

            Na nota do autor, Lloyd Alexander fala que nada lhe proporcionou mais alegria do que escrever As aventuras de Prydain. Mas infelizmente, o final dessa saga não me satisfez. Como disse no quarto parágrafo, a aventura foi entediante. O final foi razoável, porém a jornada que fiz para chegar até ele... Apesar das outras também terem clichês típicos de uma narrativa deste tipo, este livro quis ser mais sério e falhou, pois as cenas, que eram para causar impacto, foram muito corridas. Se você já acabou de ler o quarto livro da saga, aconselho a ler este apenas para saber o destino dos nossos protagonistas. Bom, minha jornada por Prydain acaba por aqui. Te vejo em uma próxima resenha.

 


sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Jornada para o autodescobrimento

 



               Nossa jornada por Prydain está quase acabando... Taran, o errante é o quarto e penúltimo livro das Aventuras de Prydain, escrito por Lloyd Alexander em 1967.

               Após a saída de Eilonwy de Caer Dallben, Taran decide descobrir suas origens. Com a permissão de Dallben, ele e Gurgi saem e vão para os Pântanos de Morva, conversar com Orddu, Orwen e Orgoch. Mas como ele não tinha nada para dar em troca, elas não lhe deram a resposta. Porém, Orddu menciona o Espelho de Llunet, que poderia mostrar o que ele queria...

            No Caldeirão Negro, Taran passou de um garoto que fazia tudo por impulso a um rapaz que pensa antes de agir. Neste livro, a mudança que o personagem atravessa é outra. Na busca por suas origens, Taran deve descobrir a si mesmo. Vejo que em grande parte, o autor fez um bom trabalho retratando as dores e o desespero do personagem para o seu público-alvo. Mas algumas partes da história chegam a ser repetitivas e devo dizer que o clímax é bem fraco. Porém, isso não importa muito, pois apesar de Taran, o errante possuir a ação e a dinâmica parecida com a dos seus antecessores, o foco da história é outro.

            Quanto aos personagens que conhecemos, com exceção de Taran, continuam os mesmos. Temos a volta de Doli, o anão e Eilonwy, como é dito no resumo, saiu de Caer Dallben e não participa da jornada, mas é mencionada nos pensamentos de Taran. Gurgi e Fflewddur apareceram bastante, sendo o último mais usado como comédia, ainda que tendo os seus momentos de seriedade. Porém o foco maior desse livro é obviamente em Taran em sua jornada espiritual. Enquanto aos novos, todos servem ao seu propósito, seja como antagonistas, mentores ou aliados.

            Foi uma boa leitura. Estamos chegando ao final de nossa caminhada por Prydain. Vejo vocês em uma próxima resenha.