Decidi fazer algo
diferente nessa resenha. Dessa vez, vou resenhar dois livros, apesar de
tecnicamente eles serem um dividido em dois. Heidi, a menina dos Alpes
foi escrito pela suíça Johanna Spyri em 1880 e dividido em duas partes: Heidi,
a menina dos Alpes – Tempo de viajar e aprender e Heidi, a menina
dos Alpes – Tempo de usar o que aprendeu.
Heidi é uma menina órfã de cinco anos cuja tia não podia
mais tomar conta. Então, ela é levada aos Alpes para ser cuidada pelo avô paterno,
um homem malvisto por todos de sua vizinhança. Será que Heidi conseguirá se
adaptar à sua nova vida?
Primeiramente, devo parabenizar a editora por ter escrito
essa mensagem no começo de ambos os livros:
As pessoas precisam
entender que o pensamento de antigamente não era o mesmo de hoje e não é justo
censurar uma obra por causa disso. Como iremos aprender sobre o passado se o
excluirmos? É algo que temos que refletir.
Com relação à história, não pude deixar de notar a
semelhança deste livro com outros. Parece que há um padrão para a literatura
infanto-juvenil entre o final do século 19 e o começo do século 20 de juntar
uma criança alegre com um(a) velho(a) rabugento(a). Além de Heidi, vi
isso em Anne de Green Gables (1908) e Poliana (1913), mas no caso
de Heidi, o avô deixou de ser ranzinza logo no começo. Já no segundo
livro, notei uma semelhança com O jardim secreto (1911), em que o
contato com a natureza ajuda na cura de uma criança paraplégica.
A história contém muito do aspecto religioso da época, de
como devemos sempre agradecer a Deus pelas coisas boas da vida e que se
pararmos de acreditar nele, ele se esquecerá de nós etc. Mas como diz a própria
carta, isso fazia parte da cultura local daquele tempo.
Também notei uma certa preferência da autora pela vida
nos Alpes, que descreve o local como algo de natureza exuberante e calma
enquanto a cidade é um tanto caótica, em que as pessoas não têm tempo umas para
as outras e são mais frias. Vemos tudo isso pelos olhos de Heidi, que deseja logo
retornar para a casa do avô. Apesar disso, a menina consegue virar a rotina dos
Sesemann, a família cuja garota conviveu por um tempo, de cabeça para baixo,
alegrando a maioria dos moradores.
Diria que esta história é bastante previsível,
principalmente para quem leu os livros que mencionei mais acima. Não é ruim,
mas sinto que acontece pouca coisa emocionante. Se você deseja uma leitura simples
e reconfortante, vá aos Alpes suíços no verão. O cheiro das flores e do ar da
montanha faz bem e lhe trará momentos de paz.
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