Sarah J. Maas está de
volta com mais um novo livro da coleção de Corte de Espinhos e Rosas. Corte
de Chamas Prateadas é o quarto romance da coleção, lançado em 2020 nos
Estados Unidos e em 2021 aqui no Brasil.
Desde que a guerra de Hybern acabou, Nestha passou meses
se isolando. Notando o afastamento da irmã e cansada de seu mal humor
constante, Feyre, que agora é Grã-Senhora da Corte Noturna, ordena que ela saia
do apartamento e vá treinar com Cassian nas montanhas Illyrianas, proibindo-a
de voltar para suas atividades indecentes.
Pelo resumo acima, nota-se que houve uma troca de
protagonista. Desta vez o livro será focado na Nestha, a irmã mais velha de
Feyre, e Cassian, general da Corte Noturna e amigo de infância de Rhys e
diferente dos romances anteriores, o livro será narrado em terceira pessoa ao
invés de primeira.
A história é dividida em duas subtramas: a trama da
evolução da Nestha como pessoa e da possível guerra que pode acontecer em Prythian.
Infelizmente, a segunda não é tão bem desenvolvida ou focada quanto a primeira,
com o clímax sendo resolvido de forma rápida e sem muita emoção.
Que nem os outros volumes, este livro possui a
classificação para maiores de dezoito anos por um bom motivo. Há mais cenas de
sexo (para o meu desgosto) descritas bem detalhadamente. Além disso, há menções
de estupro e relações abusivas. Estas não são descritas graficamente, mas achei
bom avisar para caso o leitor não se sinta confortável com esses assuntos.
Como dito anteriormente, este romance propõe o
desenvolvimento de Nestha como pessoa, fazendo com que ela se abra aos poucos e
se torne alguém melhor enquanto Cassian está aí para ser aquele que lhe oferece
a mão e ser seu interesse romântico. Eris, o irmão de Lucien, já tinha me
chamado a atenção no livro anterior, que parece ser mais do que um feérico
arrogante e parece que seu passado com a Morrigan tem algo mais que ainda não
foi revelado. Rhysand parece ter dado uma piorada na sua personalidade e Feyre
quase não faz nada neste livro, apesar de ter um bom motivo para isso. A vilã,
assim como no volume anterior, é genérica e pouco se sabe sobre Koschei, seu aliado.
Quanto aos outros personagens, não tenho muito a dizer a não ser que cumprem
bem os seus papeis.
Encontrei mais curiosidades sobre este e o romance
anterior. Tinha comparado a história da rainha Vassa com o balé Lago dos
Cisnes na resenha anterior, mas na verdade, ela parece ser uma mistura do
conto russo A princesa sapo, onde uma princesa é enfeitiçada como sapo e
é mantida prisioneira pelo mago Koschei, que aqui aparece como feérico e do Pássaro
de Fogo, tendo a rainha sido transformada na ave do título. Além disso,
neste livro aparece um kelpie, ser do folclore celta que engana as pessoas com
sua aparência e as afoga para depois devorá-las. Só que aqui, seu corpo é
similar ao de um humano ao invés de um cavalo.
De modo geral, achei bem mais ou menos. O relacionamento
dos personagens é razoável, porém a parte que foca na política desse mundo é
bem fraca. O livro deu indícios de que teria uma continuação. Não sei se vou
ler quando ela sair. Quem sabe? Não sou feérica, mas tenho bastante tempo para
esperar.
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