Para esse Halloween, nada
mais justo do que fazer uma resenha do vampiro mais popular do mundo. Drácula
foi escrito por Bram Stoker em 1897 e teve várias adaptações para o cinema,
assim como a aparição do personagem em outras mídias. Sem mais delongas, vamos
para o resumo:
Jonathan Harker está indo se encontrar com o Conde
Drácula para fazer negócios. Mas quando chegou ao seu hotel em Bistritz e
avisou aos donos que iria encontrar o conde, eles começaram a agir de forma
estranha. A dona lhe disse que era véspera do dia de São Jorge e que a
meia-noite, todos os espíritos malignos estarão a solta. A mulher deu uma cruz
e antes de partir numa carruagem, os outros cidadãos também fizeram sinais da
cruz. Será que as crenças desse povo tinham algum fundo de verdade?
A narrativa é contada através de diários, cartas, pedaços
de jornal, telegramas e memorandos, tudo em ordem cronológica. Como leitora,
acredito que teria sido melhor deixar o relato de Jonathan Harker enquanto ele
esteve no castelo do Conde mais para o meio do livro, pois não saberíamos quem
é o Drácula nem do que ele é capaz, dando a história um ar de mistério. Mas
entendo que essa estrutura foi escolhida assim justamente pelos personagens que
enfrentaram o vampiro.
Por falar nos personagens, temos vários deles: Jonathan
Harker, que encontrou o Conde no começo e é determinado em proteger a sua
noiva. Mina Murray, sua perspicaz noiva
e amiga de Lucy. Lucy, uma jovem doce que sofria de sonambulismo e foi uma das
vítimas do Conde. John Seward, um homem sério que cuida de um manicômio em que
um dos loucos parece ter tido contato com o Conde. Abraham Van
Helsing, amigo e ex-professor de Seward, muito sábio, foi quem descobriu sobre
o vampiro e tenta eliminá-lo. Arthur Holmwood, o noivo de Lucy, um nobre que
ajuda o grupo com seu status e dinheiro. Quincey Morris, um americano que já
viveu várias aventuras em suas viagens, sendo muito bom em caçadas e amigo de
John e Arthur, que também estava apaixonado por Lucy. Com isso, formamos
personagens perfeitos para um jogo do Arkhan Horror. Brincadeiras a
parte, eles formam um bom grupo de heróis, uma pena que uns se destacam mais
que outros. Quanto ao vilão e titular do livro, por incrível que pareça, quase
não aparece. Seu passado é um mistério e tudo o que sabemos é que é um ser
maléfico, inteligente e paciente. Possui vários poderes, como controlar lobos e
ratos, se transformar num lobo ou morcego, fazer ou se tornar uma neblina,
transformar quem morde em vampiros etc. Ao contrário do que todos pensam, ele
não morre com a luz do sol, apenas diminui os seus poderes.
A edição que possuo em mãos conta que o conde foi baseado
no príncipe Vlad III Dracula, o Empalador, que fica bem óbvio pelo nome, e
existe a possibilidade que o autor tenha colocado algo da Condessa de Sangue Elizabeth
Bathory, que torturou e matou muitas moças, acreditando que o sangue delas a
fazia rejuvenescer. Também teve inspiração no livro Carmilla, outra
vampira popular cuja resenha já foi feita nesse blog.
Quanto a história,
eu gostei, diria que seu maior defeito foi o clímax, que não teve muita graça. E
tenho que avisar aos mais sensíveis que o livro é de 1897 e que o diálogo de
Van Helsing sobre Mina ter um coração de mulher e a inteligência de um homem
não foi com o intuito de ofender a moça. E para as personagens daquela época,
Mina é bem ativa e ajuda bastante o grupo a deter os planos do Drácula. Dito isto,
recomendo a leitura deste clássico, só fique alerta se ouvir uivos em seu
caminho.