sexta-feira, 17 de julho de 2020

O plano



                            Antes de começarem a ler, quero fazer um pedido de desculpa, pois só agora notei que algumas das tirinhas começam com o diálogo na direita e terminam na esquerda. Estou tão acostumada a ler mangá que deixei isso passar. Prometo melhorar. Espero que gostem da tirinha.



Roteiro: Mariana Torres
Desenho: Maya Flor

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Olívia no país de Onira



            Das Cinzas de Onira foi escrito pelo brasileiro Umberto Mannarino, que é conhecido por fazer vídeos relacionados ao ENEM e seus desenhos foram feitos pelo ilustrador Esdras Gomes. O livro foi lançado em pleno 2020, que não está sendo um dos melhores anos, para ser sincera. Para isso, é bom se distrair com uma boa leitura.

            Olívia acordou no hospital com um tubo na garganta e queimaduras nos braços. O médico lhe contou que sua casa havia pegado fogo. Mas ela não se lembrava do incêndio. Ou quem eram os seus pais. Ou qualquer coisa que não fosse o seu nome. Ela foi morar na casa dos tios e lá ela conhece Onira.

            O romance parece ter se inspirado em várias obras como Alice no País das Maravilhas, pela temática de sonhos e dos seres estranhos que Olívia encontra no país de Onira, cujo nome parece ter vindo da palavra onírico. Vi um pouco do livro O Mágico de Oz, cuja heroína se junta a um grupo composto por seres bem diferentes em busca de algo em comum. Também tem semelhanças com a versão cinematográfica desse livro, em que todos os personagens importantes que Dorothy encontra lembram pessoas que ela conhece. Outra obra sobre crianças indo para outro mundo com situações similares foi As Crônicas de Nárnia: O leão, a feiticeira e o guarda-roupa. Nela as crianças vão para Nárnia usando um guarda-roupa como portal enquanto Olívia usa uma lareira. Há um tom de mistério com um pouquinho de terror infantil como a Coraline de Neil Gaiman. Apesar das inúmeras inspirações, Das Cinzas de Onira ainda assim conseguiu ser única, algo bastante admirável.

            Mas uma referência inesperada foi a da aparição de Sam, a barata, que foi tirada do livro de Franz Kafka, A metamorfose. Um livro que não consegui acabar na minha adolescência volta para me atormentar depois de vários anos. Me surpreendi. Um personagem de um romance juvenil/adulto que faz uma crítica social da vida dos trabalhadores de sua época aparecer em um livro infanto-juvenil não é algo que a gente vê sempre.

            Quanto aos personagens, são bem interessantes. Apesar de Olívia ser meio irritante às vezes, você entende a situação dela, além do fato de ela ser uma criança e se comportar como uma. Queria que tivesse mais interações entre ela e a personagem Aisling. Seria um bom acréscimo à história. E mais cenas com o tio Lucas. Ele me parece um personagem interessante e que devia ter ainda mais foco.

            As ilustrações, com exceção da capa e da contracapa, são todas em preto e branco, combinando com o clima de suspense. Mas seus traços são mais voltados para o público que o livro deseja atrair, que é o público infanto-juvenil. Ou seja, seus desenhos são menos realistas. Achei bem atrativas.

            A coisa que mais me surpreendeu foi o final, tanto de um jeito bom quanto de um jeito ruim. Apesar das várias inspirações que citei anteriormente, o autor conseguiu finalizar de um jeito diferente de todas as obras referidas. Darei um grande spoiler, não deseja saber como o livro acaba, pule para o último parágrafo. Então, o livro acaba simplesmente não acabando. Voltamos para o começo da história. Por mais que seja sensacional, isso me deixou apreensiva, pois parece que os personagens vão ficar nesse ciclo eterno sem nunca resolver o problema. Senti pena deles.

            Apesar do final ter me deixado apreensiva, foi uma boa jornada. Recomendo a leitura para crianças de dez a doze anos. Se quiserem chegar até Onira, sigam uma coruja vermelha até a lareira. Só tomem cuidado com as aranhas e fantasmas.

 

 


sexta-feira, 3 de julho de 2020

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Imunidade

                         Roteiro: Mariana Torres
                        Arte: Maya Flor

sexta-feira, 19 de junho de 2020

A Guerra das Fadas


            Finalmente acabei este calhamaço. Para provar que este livro é grande, terminei três livros de tamanho médio antes deste. Oitenta e dois capítulos é muita coisa. Corte de Asas e Ruína é o último romance da trilogia de Corte de Espinhos e Rosas, escrito por Sarah J. Maas e lançado em 2017.

            Feyre está de volta na Corte Primaveril. Mas não mais como moradora e sim como espiã. Ao descobrir da aliança entre Tamlin e o rei de Hybern, Feyre planeja acabar usando seus novos poderes e manipulação. Será que ela conseguirá lidar com inimigos tão poderosos?

            Como nos dois volumes anteriores, este possui elementos de um conto de fada, que no caso desse é Branca de Neve e os Sete anões. Mas ao contrário dos outros que pareciam mais releituras, este só possui uns poucos objetos do conto original como a maçã envenenada, que neste caso apenas enfraquece os poderes mágicos; e um espelho mágico, que faz as pessoas enlouquecerem ao verem seu reflexo. Outra curiosidade: o nome do espelho, Uróboro, vem do símbolo da serpente devorando a própria cauda. Não tenho certeza, porém a história da rainha Vassa, personagem que aparece neste livro, parece ser baseada no balé do Lago dos Cisnes, só que ao invés de um cisne, ela se transforma em um pássaro de fogo durante o dia e retorna a sua forma original à noite. Além de ser obrigada a ficar em lago como prisioneira de um mago.

            Há alguns pontos dos outros livros que me irritaram, mas não mencionei em nenhuma das resenhas. Então, vou dizer aqui: Em todos os livros, os feéricos são referidos como machos e fêmeas ao invés de homens e mulheres. Entendo que eles não são seres humanos, mas macho e fêmea são usados em animais e as fadas são tão inteligentes quanto os humanos apesar de algumas terem uma aparência mais animalesca que outras e um pouco de extinto selvagem. Será que não poderiam chamá-los apenas de feérico e feérica? A parceria feérica, em que um “macho” e uma “fêmea” estão destinados a ficarem juntos é algo bem clichê. Alguns dos personagens poderiam ter sido nomeados como o pai de Feyre, a senhora da Corte Outonal e principalmente o rei de Hybern. Por falar em Feyre, sua irmã Elain, que é mais velha que ela, age como se fosse mais nova que ela e é mais inocente. Essa personalidade não condiz com a de uma irmã do meio. Se ela tivesse alguma síndrome, isso explicaria o motivo.

 Corte de Asas e Ruína tem um começo lento, o que me fez demorar ainda mais para terminá-lo. Como é dito no título, a história estava no meio de uma guerra e consegui achar algumas incoerências. Se não quiserem spoiler, pulem para o próximo parágrafo. Para um feérico com a capacidade de ler mentes, entrar dentro da cabeça de um ser humano é fácil, pois ele não tem magia para proteger seus pensamentos. Então, por que Feyre e os sobrinhos do rei de Hybern não entraram na mente de Jurian para ver o que ele estava? Como o rei de Hybern, que é poderoso a ponto de matar uma deusa da morte, ser enfraquecido com simples facadas? E ainda, como uma deusa da morte pode ser morta, e ainda mais por um feérico? Agora só uma opinião: para dar mais seriedade a guerra, algum dos amigos da Feyre podia ter morrido. Os que morreram quase não tiveram destaque.

Se achavam que o segundo livro não tinha diversidade com vários personagens de diferentes tons de pele, os leitores ficarão satisfeitos com este aqui, pois além de ter personagens com diferentes tons de pele, alguns destes foram revelados como parte do povo LGBT. E ainda mostra que o abuso sexual independe do gênero, ou seja, uma mulher pode usar seu poder para dominar um homem. Porém, personagens como o Grão-Senhor Beron, que não aparenta ter nenhuma complexidade e serve apenas para ser o machista xenofóbico, antagônico aos ideais de nossos heróis “politicamente corretos” não é algo que me atraia.

            Este é o meu segundo livro favorito da trilogia. Há cenas de sexo, mas não são tantas quanto no segundo, o que eu agradeço bastante. Apesar de ter algumas falhas na história, o romance foi bem fechado. Foi dito que a autora planejar expandir mais este universo. Então, tudo o que resta agora é esperar.

 

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sexta-feira, 5 de junho de 2020

Passeio

                 Roteiro: Mariana Torres
                 Arte: Maya Flor e Mariana Torres