sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Garotas Mágicas no Mundo Real

 


            Já ouviu falar do gênero das garotas mágicas? Ele está presente em muitos mangás e animações japonesas como Sailor Moon e Sakura Card Captor, que são sobre garotas, geralmente jovens, com poderes mágicos. Normalmente, elas passam por uma transformação que muda sua aparência e roupa. Também costumam usar seus poderes para salvar o mundo. Agora imagine se várias delas existissem em nosso mundo, cada uma com seu poder mágico. O livro Uma garota mágica se aposenta fez esta proposta. Escrito pela coreana Park Seolyeon no ano de 2022 em seu país, foi lançado no Brasil recentemente em junho deste ano. E como fã de Sakura Card Captor, o título desta obra me atraiu e aqui estou eu fazendo sua resenha. Vamos para o resumo:

            Uma mulher de vinte nove anos está prestes a se suicidar na ponte Mapo em Seul, após várias dívidas no cartão e a falta de emprego fixo. Mas uma moça com vestidinho branco e fofo a impede, dizendo que seu destino é se tornar uma “Garota Mágica”.

            Como funciona as garotas mágicas numa história mais realista? Torne-as o equivalente do que seria os super-heróis, com uma escola dos X-men para treinar as garotas, junto a um lugar que ajuda encontrar emprego para elas ganharem dinheiro como por exemplo o de guarda-costas e o de caçadora de recompensas. Achei um conceito interessante. Existe, porém, aquele dilema do herói estar ganhando dinheiro pelo seu heroísmo ao invés de fazer por razões nobres, algo que a própria protagonista julga. Mas não é isso que os policiais e os bombeiros fazem? Os poderes normalmente são despertados quando a moça se sente vulnerável, o que explica o porquê de a maiorias delas ser jovem.

            A protagonista, que não é nomeada na história, é pessimista e esforçada. Devido ao seu problema financeiro, tem muito foco nos gastos e tenta ao máximo conseguir um emprego. No primeiro capítulo cheguei a me identificar com ela quando desejou cometer suicídio sem incomodar ninguém, mas no fundo, gostaria que alguém a consolasse, o que mostra como temos que nos mostrar forte para os outros, mesmo querendo nos abrir para alguém. A segunda personagem com mais foco é Ah Roa, a Garota Mágica da Clarividência. Foi ela que impediu a protagonista de tirar a própria vida. Por trás de sua positividade, esconde uma mulher que tem autoestima baixa, pois apesar de útil, seu poder não é tão forte para luta. Há um romance implícito entre as duas personagens que achei um tanto desnecessário pois a trama era rápida e quase não teve tempo para desenvolvê-las como amigas, muito menos como par romântico. Há outras personagens como Choi Heejin, Garota Mágica do Espaço, que é arrogante e a presidente do Sindicato de Garotas Mágicas, Yeon Riji, a primeira Garota Mágica da Coréia do Sul, que já é uma senhorinha. Ambas tiverem sua relevância apesar de aparecerem pouco. Não vou comentar sobre a antagonista pois seria um grande spoiler. Só direi que seu passado não justifica suas ações.

            Apesar da proposta interessante, acho que o livro deveria ter sido maior. Focado mais na protagonista fazendo amizade com Ah Roa e possivelmente, com outras garotas mágicas. O mundo das Garotas Mágicas em geral podia ser mais explorado, dando a perspectiva de outras personagens e não apenas da protagonista. A resolução do problema foi criativa e até cômica, fazendo parecer uma paródia por um momento.

            O livro me entreteve o suficiente. Daria três de cinco estrelas. Se você gosta do gênero e é a favor do meio ambiente, pode dar uma olhada e lembre-se: quando sentir que tudo está para ruir, não desista. Deixe que sua chama de poder surja e siga em frente. Você não está sozinho.

 

 

 


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