quarta-feira, 8 de março de 2017

Bicho-papão

                                                         Escultura de Patricia Piccinini, na exposição ComCiência.



            Clara acorda num sobressalto. Algo havia se mexido debaixo de sua cama. Acendeu a luz para ver se tinha alguma coisa. Não havia nada. Apagou a luz e tentou voltar a dormir. Mas ouviu algo se mexendo perto de seus brinquedos. “Tomara que não seja o bicho-papão. Estou com medo” . Ela tremeu, mas ainda teve coragem para novamente acender a luz. O que viu foi algo extremamente parecido com as descrições que seus pais deram sobre o bicho-papão, só que que em uma versão menor.
        Pensou em chamá-los, porém viu o quanto o estranho ser estava assustado. Resoluta, aproximou-se. O ser choramingava. Sentindo pena, Clara pegou um de seus brinquedos e ofereceu para a pequena criatura. Ela parou de chorar e o pegou. As duas começaram a brincar e ficaram assim por uma hora e meia, até ambas sentirem sono:
            - Volte para sua casa. – disse Clara. – Outro dia a gente brinca mais.
            E voltou para sua cama. No dia seguinte, o ser havia desaparecido. Na hora do café, Clara contou o acontecido para os seus pais:
            - Ontem, apareceu um filhote de bicho-papão no meu quarto. Ele era igualzinho ao que vocês falaram. Tinha muito pelo na cabeça, não tinha garras grandes como as nossas e usava algo que cobria parte de seu corpo. Mas ele era muito bonzinho.
            - Que bom minha filha. – disse a mãe.
            - Crianças têm uma imaginação tão fértil. – sussurrou o pai para sua esposa

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