sexta-feira, 14 de julho de 2017

Apollo e Diana: O encontro

  Escultura de Luísa Siqueira 


                                                                                    Parte 1

Lana estava cavalgando com seu companheiro unicórnio, quando viu o que parecia ser uma fênix voando perto da árvore Caelesti. Está árvore era louvada pelo seu povo e também era apelidada de a Árvore Sem Fim, pois ninguém nunca a escalou até o seu topo. Mas quando Lana viu a ave, logo quis pegar uma de suas penas e mostrar a todos. Afinal, unicórnios, sereias e boitatás eram comuns. Fênix nem tanto. Como ela ia acampar por essa região, tinha comida e tudo preparado na bolsa. Falou para o unicórnio não esperar por ela. Pegou seus mantimentos e começou a escalar a Caelesti.
            Ela era rápida, mas mesmo assim levou dois dias escalando, fazendo paradas para comer e usando os buracos grandes da árvore para fazer suas necessidades. Mas nada de achar a fênix. Lana imaginava que a ave já havia saído de lá desde o primeiro dia de subida, porém, decidiu continuar a escalada, pois ninguém havia chegado tão longe, e ficou curiosa para ver o topo. Serei lembrada por ser a mais brava e resistente se conseguir. Pensava ela. No quarto dia, a comida estava acabando. Precisava se apressar. A descida será mais rápida que a subida.
Era noite, já havia cruzado o céu. Por algum motivo, parecia que estava de cabeça para baixo. Avistou a grama. Ainda estava muito alto. Mudou de posição para não arriscar cair de cara no chão. Desceu pelos galhos até chegar ao chão. Parecia estar no mesmo lugar que esteve há quatro dias atrás. Dei a volta à toa. Bom, pelo menos agora eu sei que Caelesti não tem um topo, e por isso ela é magnífica.  Rosemary deve ter voltado para casa.  Eu devo fazer o mesmo. Unicórnios são inteligentes. Deve ser porque são imortais. Vou contar pra ela o que aconteceu quando eu chegar. Ela vai ficar admirada. Mesmo tendo vivido muito, duvido que ela soubesse disso.  
E assim, foi caminhando na direção para onde seria a sua casa. Porém, as coisas ao redor não pareciam ser as mesmas de antes. O chão parecia ser de algum tipo de pedra que era desconhecida para Lana. E via várias serpentes gigantes de um olho só, paradas e esticadas para cima, com o olho brilhando e iluminando o caminho. Quando chegou, tudo parecia mudado. As casas não eram de madeira, mas de um material cinza que lembrava o do chão, além de serem maiores. Os celeiros e os mercadinhos haviam desaparecido. As pessoas usavam roupas estranhas e parecidas umas com as outras, sendo brancas e com aros presos nas mangas. Também haviam seres esquisitos caminhando entre elas. Pareciam com pessoas, mas tinham uma coloração prateada, com olhos que pareciam brilhar como o sol e tinham tamanhos variados. Aqui definitivamente não é a minha casa! Um dos seres prateados, cuja a altura alcançava a sua coxa, parou para falar com ela:
- Mestre, o que faz aqui fora? Está tarde. Vamos para casa?
O ser tinha uma voz tremida a qual Lana jamais tinha ouvido. Ele ficou parado, olhando-a e esperando uma resposta:
- Me desculpe, mas acho que você está me confundindo com outra pessoa.
- Meu sistema é de última geração como a mestre disse. Não tem como me enganar. Apesar da roupa esquisita, você é a Mestre Lana.
- Eu já disse que não sou sua...
O ser tocou sua mão. Era frio como metal. Ele a puxou delicadamente:
- Vamos para casa, mestre. Por favor.
Vendo que a criaturinha não ia desistir, Lana acabou indo com ele. A direção que ele a levava seria a mesma que faria para ir a sua casa. Mas aquela não era a sua cidade. Muito menos seria seu lar. E não era mesmo. Chegaram em uma daquelas casas gigantes. A porta se abriu quando o ser a encostou. Era grande ali dentro. Havia sofás e uma atendente da mesma espécie do homenzinho de prata. Ela educadamente deu boa noite, e Lana também o deu, antes de ser puxada para uma cabine pela criaturinha. A cabine se moveu para cima quando ele apertou o número quatro. Rapidamente, a cabine parou e se abriu. A criaturinha puxou novamente Lana por um corredor cheio de portas e abriu a porta de número 408.

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