sexta-feira, 25 de maio de 2018

Where the mountain meets the moon (Onde a montanha encontra a lua) resenha


     
Where the moutain meets the moon (Onde a montanha encontra a lua) foi escrito e ilustrado por Grace Lin. Seus desenhos, como podem ver pela capa, aparentam muito as ilustrações orientais antigas. A autora é americana, filha de imigrantes taiwaneses e visitou locais como Hong Kong, China e o próprio país de origem de seus pais, baseando nesses lugares as paisagens fictícias de seu romance. Esse livro ganhou o prêmio Newberry Honor Book em 2010, que assim como Ecos*, foi concorrente até o final, mas não ganhou. Além da história, esse livro contém detalhes de como Grace Lin baseou elementos reais de suas viagens no seu livro, um guia para leitores e os dois primeiros capítulos do terceiro livro. Essa parte é bem esquisita, pois esse é o primeiro livro da trilogia. Então, não deveria ter os capítulos do segundo livro? Notei que os livros em inglês vêm sempre com algo a mais, que normalmente não tem em português, como no livro de Howl’s moving castle, que tinha uma entrevista da autora sobre o livro no final. Achei curioso. E sim, esse livro só tem em inglês, infelizmente. Mas graças a essas leituras, acho que estou cada vez melhor nessa língua. Seria legal poder traduzir esse livro para alguma editora...
            Minli mora no Vale da Montanha Sem Fruto, onde pouca coisa cresce devido às condições da terra e as pessoas viviam na pobreza. Mesmo assim, ela procura algo que possa tirá-los dessas condições, sendo o único que pode responder como, ser o Velho Homem da Lua, que sabe de todos os acontecimentos do mundo. Então, Minli sai em busca dele.
Começando a análise pelo lado gramatical, achei que no começo havia muito o uso de and (usado para acrescentar algo. Ex. João e Maria) quando poderia usar a vírgula. Mas depois não houve tanto. Talvez a autora tenha feito isso para deixar a linguagem do livro mais infantil. Outra coisa interessante foi o duplo sentido da palavra linha. Em sua jornada, Minli e seu companheiro Dragão foram procurar pela “linha emprestada”, que era um dos passos para encontrar o Velho Homem da Lua, e estava sendo guardada por um guardião da Cidade da Brilhante Luz da Lua. Minli achou que fosse o rei, que revelou ter uma das páginas do Livro da Fortuna, e mudava a frase (linha) conforme o dia e só podia ser lida na luz da lua. O Dragão, que teve que esperar fora da cidade, encontrou os leões de pedra, que tomavam conta da cidade e possuíam o Fio vermelho, que também foi emprestado para eles pelo Homem da Lua. Belo jogo com as palavras que muda o rumo da história.
Como falei anteriormente, houve muitos elementos da mitologia oriental/chinesa, como por exemplo o fio vermelho do destino. No mito, ele é usado para prender futuros casais, mas no livro, o Velho Homem da Lua amarra nas pessoas que estão destinadas a se encontrar, não necessariamente casais. Outro elemento, que está em várias mitologias, são os animais mágicos tão grandes que podem se tornar rios. A aparição de um coelho na lua que guia Minli até o Velho Homem da Lua não parece ser só uma referência ao coelho da lua da mitologia asiática, mas também me lembrou o coelho branco que Alice segue até o País das Maravilhas.
Os capítulos do livro são dados pelos pontos de vista de Minli e de seus pais, com a exceção de um que foi focado no Dragão e outro que foi focado no vendedor de peixinhos dourados. Essa divisão possibilitou ver a mudança que os pais tiveram na ausência de sua filha e o quanto eles desenvolveram como personagens, principalmente a mãe, algo estranho porque isso ocorre normalmente com a pessoa que está em uma jornada. Não que Minli não tenha aprendido nada com a viagem, mas senti que a mudança de atitude ocorreu mais na mãe do que na protagonista.
Lembrando um pouco as Mil e uma noites, o pai de Minli e outros personagens que a menina encontra em sua jornada contam outras histórias que se relacionam com a trama principal. Muitas delas envolvem o Magistrado Tigre, um homem avarento que faz de tudo para ter posses.
Uma reclamação que tenho que fazer do livro é da tinta da capa do livro que está saindo onde há a costura de páginas. Deve ser por causa do meu marcador de crochê que é muito grosso. Mas, mesmo assim, podia ser mais resistente.
O romance é obviamente para um público infantil, de uns oito para dez anos. Apesar disso, por ter elementos de fantasia que gosto, me encantei por esse livro. Como diriam muitos, é bonitinho. Quanto aos dois capítulos do terceiro livro, um dos personagens, se não é o mesmo, tem o mesmo nome de um secundário que Minli encontra na jornada, além da menção do Velho Homem da Lua. Mas Minli não será a protagonista e, aparentemente, pode-se ler os livros fora de ordem que não atrapalhará na história. Infelizmente, esse livro só tem em inglês, dificultando a chance de vários brasileiros lerem. Porém, para quem souber a língua, pode dar uma olhada. Quem sabe vocês não estão amarrados pelo fio vermelho do destino...

*Veja a minha resenha de Ecos para mais detalhes:
https://ponteparaoimaginario.blogspot.com.br/2018/05/a-magia-da-musica.html

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Versões


Versão do Robousto

            Robousto foi criado para proteger a Terra. E a protegia com mão de ferro. Na verdade, mão de algum metal alienígena vindo de um meteoro que caiu no planeta há séculos atrás. Era um robô gigante poderoso. Gentil com os habitantes, mas impiedoso com os seus inimigos. Havia acabado de avistar um, e dos bem horrorosos. Ele prepara para atirar bolas de fogo com seu braço canhão. Acerta a primeira, mas a segunda cai na rua, destruindo parte de um prédio. Ele fica preocupado com os feridos, e isso acaba o distraindo. A criatura aproveita sua distração e joga um de seus filhotes nele. Não fez muito dano. Quando ele prepara mais uma vez o seu canhão, um ser gigante, rápido e peludo, surge correndo do nada e salta em cima dele, fazendo-o cair no chão. Robousto estava abatido.







Versão da Agente L

            Agente L estava em uma missão importante, com uma novata chamada Agente E, para salvar o mundo do doutor Caolho. Estavam escondidas na base do vilão, usando suas camuflagens, até que Agente E ativa sem querer o alarme de segurança. Então aparece ele, o mais novo invento do doutor Caolho: CHA70, o robô que lançava bolas de ferro. O primeiro tiro acertou a Agente L, que protegia sua ajudante. Por algum mal funcionamento de seu mecanismo, CHA70 erra o seu segundo tiro, quebrando parte do salão de vidro do doutor. Agente E pula em direção ao robô para proteger sua professora, mas foi derrotada rapidamente. Ferida, Agente L se prepara para o lançamento de mais uma bola de ferro até que a cavalaria chega. Um dos agentes mais fortes imobiliza o robô.









Versão da Lady

            Lady estava deitada em sua magnifica cama, tirando o seu cochilo da tarde. Sempre fazia isso após uma bela refeição. Então ouviu um barulho alto. Seus ouvidos eram muito sensíveis a qualquer ruído, e ainda mais quando era uma batida bem forte. O som era bem familiar. Algo que a alegrava. Ela se levantou e foi correndo em direção aonde havia vindo esse som. Então a viu. Estava sendo segura por um familiar. Uma de suas magníficas bolas de tênis. Era hora de brincar.


           








Versão da dona Anita

            Anita chegou das compras. Estava morta de cansaço, querendo logo ir dormir. Deixou que o marido ficasse de olho nas crianças enquanto estava fora. Depois de guardar as coisas, foi dar uma olhadinha no quarto das crianças. No chão: pedaços da lâmpada; duas bolas de tênis; Augusto coberto de caixas de papelão com a cadela em cima dele tentando pegar a bolinha de sua mão e uma boneca. Laura estava de pé em sua cama, e olhava a mãe assustada. Já Anita, olhava-os com os punhos e as sobrancelhas cerradas.









Parte Extra: Versão do seu Júlio

            Era a final do jogo e Júlio estava sentado em seu sofá. O Brasil estava próximo do gol, bem próximo e então... Gol! Júlio pulou e gritou de alegria. Os fogos soaram alto, parecendo até algo quebrando. Demorou uns três minutos até ele e os vizinhos se acalmarem e ele se sentar novamente. Não demorou muito para sua esposa chegar. Não disse nada, pois estava concentrado no jogo. Cinco minutos depois, o jogo acabou. Ele se virou para abraçar a mulher, quando deu de cara com ela de braços cruzados e pé batendo com o sapato no chão.



domingo, 13 de maio de 2018

Frases de Sabedoria


                                Fale com o seu pai.
                                Espere só até eu chegar em casa!
                                Lave a louça!
                  Não me Importa a nota dos outros. Eu quero saber da sua.
                                Zangada eu vou ficar se você não desligar isso agora!

                         Um Dia eu vou morrer e vocês vão ter que se virar sozinhos.
                                Isso! Quebra mesmo! Não é você quem paga!
                               Arruma o quarto!

                               De novo nesse computador?! E estudar que é bom? Nada.
                     Se eu Achar, vou esfregar na sua cara!
                               Se ela pulasse de um prédio, você também iria? Você não é os outros!

                               Mãe de Fulana não é a sua mãe.
                            NÃo se esqueça do casaco!
                           Encheu a garrafa d’água?
                               Sabe que mamãe te ama, né?!

sexta-feira, 4 de maio de 2018

A magia da música



           
           Ecos foi escrito por Pam Muñoz Ryan e foi vencedor do prêmio Newberry Honor Book de 2016, proposto pelos Estados Unidos aos livros infanto-juvenis dos finalistas da Newberry Book. Resumindo, é como se esse livro fosse o finalista do equivalente ao Oscar dos livros infanto-juvenis americanos, ele chamou a atenção, mas não ganhou e deram a ele o prêmio de consolação.
              Otto brincava de pique-esconde com os amigos e decidiu que seu esconderijo seria a floresta, o qual era proibida. Na espera, decidiu ler um livro que havia comprado de uma cigana, contando a história de três irmãs. Só que quando faz isso, se esquece do tempo e fica perde.  Então, as três irmãs do livro o encontram e oferecem ajuda em troca de algo: passar adiante a gaita, onde elas estavam aprisionadas, para que elas possam salvar a vida de alguém e se libertarem.
            Apesar do livro começar como o resumo acima, existem mais três histórias com outros três personagens em foco, cada uma com vários capítulos. Uma é história de Friedrich, um garoto alemão de oito anos que teve a má sorte de nascer com uma marca peculiar em seu rosto na época da Alemanha Nazista. Além disso, ele gosta de tocar gaita, um instrumento que foi proibido por não ser alemão. O segundo personagem é Mike, um garoto americano de quase doze anos que vive com o irmão mais novo em um orfanato horrível depois da morte de sua avó. Ele terá que pensar em um jeito de não ser separado do irmão na adoção ao mesmo tempo que tem que pensar no que é melhor para ele. A terceira personagem é Ivy de nove a dez anos, que tem uma família que vive mudando de cidade em busca de empregos e melhores condições de vida. O máximo que ela conseguiu morar em uma cidade foi um ano e nesse ano conseguiu fazer amizade e uma vaga com a turma para tocar gaita para um rádio. Ela terá que deixar tudo isso para trás. Além disso, ao contrário das famílias dos outros personagens que incentivavam a música, os pais de Ivy veem isso como uma futilidade.
            Além de serem divididas através de datas e locais, cada parte do romance é também dividido pelas letras de música Acalanto de Brahms (Friedrich); América, a Bela (Mike); Valsa da Despedida (Ivy) e Numa Noite Encantada (Todos). Elas, é claro, são mencionadas pelos personagens que as tocam, com exceção da Valsa de Despedida, que não vi sua aparição nessa parte do livro e acho que só apareceu por relacionar-se com o tema. Foi um belo toque, dando algo a mais para o livro, já que não podemos ouvir as músicas, pelo menos saberemos suas melodias. Mas quem for mais curioso, pode simplesmente procurar na internet e ouvir.
            Como é de se esperar, cada história se conecta com algo, e esse algo é a gaita das três irmãs, que passam pela mão de cada um. Os finais de cada história não terminam na parte em que lhes é dividida, só finalizando todos na Numa Noite Encantada. E como era de se esperar, há o encontro dos três personagens. Porém, esperava mais e que eles tivessem mais conversa entre eles e não houve.
            Ao todo são cinco histórias: a das irmãs, a de Otto e dos outros. É como se na verdade o conto de fadas das irmãs englobasse todas as outras, que são mais realistas. Apesar disso, teve poucos momentos em que magia e realidade se encontravam. Os momentos que os personagens sentiam o lirismo impossivelmente belo da gaita não conta. Esperava que as irmãs aparecessem como guias mágicas dos protagonistas, conversassem com eles e houve muito pouco disso. Na verdade, só houve isso no começo e no final do livro.
            No geral, o romance foi muito água com açúcar. Até mesmo quando esperava uma notícia ruim de duas das partes, ele me traz algo feliz até demais. Mas não sei do que eu estou reclamando, pois quando um romance me dá um final triste fico insatisfeita e quando me dão um final completamente feliz, também fico insatisfeita. Realmente não sei o que quero. Deve ser porque apesar de grande parte do livro estar acontecendo na Segunda Guerra Mundial, que devo dizer que a autora deu uma boa pesquisada para ser o mais coerente possível, ainda é um livro para um público infantil, de uns oito a dez anos. Quando o livro acaba uma parte e passa para a outra sem concluir a história é um bom exercício de paciência para as crianças, além de ser também um bom exercício de memória, pois só haverá uma conclusão bem no final. Outro público que é bem capaz de gostar são os apaixonados pelas músicas clássicas e instrumentos musicais, pois há muita referência dele no livro. Porém, se você não é nenhuma dessas audiências e quiser dar uma checada, significa que as três irmãs o (a) chamaram para ouvir sua história. Então, siga o seu chamado e ouça o que há para ser contado.