Encontrei Serafina e a
Capa Preta no estande da editora Valentina na Primavera Literária de 2018,
que tem todo ano no Museu da República, no Catete, Rio de Janeiro, RJ. Esse
evento reúne editoras pequenas e apresenta várias palestras relacionadas ao
tema. Recomendo conhecer. Voltando para o livro, Serafina e a Capa Preta
que foi escrito por Robert Beatty e é o primeiro livro de uma trilogia.
Serafina é uma menina de aparência fora do comum que mora
escondida no porão da Mansão Biltmore, onde o pai trabalha. Em uma noite, ela
vê um homem de capa preta que captura uma menininha, fazendo-a sumir de
repente. Escapando por pouco desse ser anormal, Serafina tem que decidir se
deve contar aos donos da casa, revelando sua existência, 0 que seu pai a
proibiu de fazer ou, enfrentá-lo ela mesma.
Pelo que foi dito no resumo acima, dá para ver que se trata
de um romance sobrenatural com umas pitadas de mistério. Dois fatores principais
deveriam ser resolvidos no decorrer da história: quem era o homem da capa preta
e qual é a verdadeira origem de Serafina. O primeiro fica bem óbvio com apenas
algumas pistas e o segundo foi uma surpresa. Talvez, seja por eu ter enrolado
bastante e esquecido algumas das possíveis dicas. Não sei dizer.
Quanto aos personagens, eles agem conforme a idade que
lhes é designada, com crianças como Serafina, acreditando que viu um ser
sobrenatural e seu pai, um homem adulto, achando que a filha deve ter imaginado
aquilo e dando ouvidos a razão. Essa descrença dos adultos faz com que Serafina
procure um aliado que seja de sua idade e que daria mais crédito a sua palavra.
Essa é a parte mais realista do livro. Adultos agem como adultos e crianças
agem como crianças. Foi algo bem escrito e você sente pela personagem quando
ela faz um erro letal, como brincar com filhotes de onça-parda sem esperar que
a mãe esteja por perto.
Uma curiosidade interessante: a Mansão Biltmore realmente
existe e é considerada a maior casa dos Estados Unidos, sendo inspirada nos
castelos renascentistas da França. Hoje, ela é aberta ao público para
visitação. Se eu tivesse visto isso antes de terminar o livro, teria uma noção
melhor de seu tamanho. Quando o narrador descreveu achei que tivesse exagerado
e que era impossível uma mansão daquele tamanho. Pelo jeito, a realidade cria a
ficção.
Devo começar dizendo que não sou o público para esse
livro. Acho que crianças de oito a onze anos são a idade ideal. Infelizmente,
depois que você lê vários livros desse gênero fica mais exigente e deseja por
algo mais maduro. Demorei a ler este romance, mas terminei rapidamente o Corte
de Espinhos e Rosas, apesar do último ter muito mais páginas. Serafina e
a Capa Preta fecha a história direitinho, apesar de ter mais duas sequências,
por isso, não sinto a necessidade nem a curiosidade de ler o segundo livro. Porém,
se você deseja que uma criança percorra esse mundo, só fale para ela ter
cuidado. A Mansão Biltmore pode ser grande, mas é necessário conhecer bem os
seus esconderijos para o Capa Preta não te pegar.
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