sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Recordar infâncias (Charles Perrault e Gustave Doré)


            Nessa terça, fui a uma palestra dada pela Estação das Letras sobre o autor Charles Perrault e o ilustrador Gustave Doré, que fariam aniversário nesse mês. Aprendi várias curiosidades de ambos que vou lhes contar agora.

            Charles Perrault se casou por volta de seus quarenta anos com uma mulher de dezenove, o que era comum no século XVII, e teve três filhos ou quatro filhos (não se tem a confirmação do último e existe a possibilidade de este último seja filho de uma segunda esposa). Ficou viúvo cedo tendo que cuidar de seus filhos. Isso o influenciou a escrever histórias tendo o público infantil em mente.

Ele ficou do lado dos Modernos na Querela dos Antigos e Modernos, uma disputa que houve na Academia Francesa em que os Antigos acreditavam na superioridade da literatura greco-romana sobre as produções francesas enquanto os modernos defendiam que a literatura francesa era tão boa quanto.

            Trabalhou como assistente de Colbert, o ministro da economia do rei Luís XIV. Mas após a morte do ministro, perdeu o seu lugar na nobreza e teve que achar outros meios para conseguir voltar à corte. Um deles foi o envio de sua coletânea dos Contos da Mamãe Gansa, dedicado a “Mademoiselle”, como um presente de casamento, e assinado pelo nome de seu filho Pierre Darmancour para não suspeitarem dele. Mas como seu filho tinha dezessete anos e a escrita era muito boa para ter sido adquirida em tal idade, não foi difícil descobrirem. Mesmo assim, teve seu livro de contos publicado.

Seus contos tinham uma linguagem coloquial e possuíam morais, devido a moda das fábulas na época. Ele teve La Fontaine e Giambattista Basile como inspirações.

            Quanto a Gustave Doré, ele nasceu 1832, dois séculos depois de Perrault, em Estrasburgo. Era caricaturista antes de ganhar sua fama como pintor. Suas pinturas variam do fantástico e sobrenatural ao realismo. Várias delas são litogravuras (pintura feita sobre a pedra) e em preto e branco, que foi dito na palestra, ser mais difícil de fazer do que uma pintura colorida.

            Doré fez ilustrações de vários livros famosos como A Divina Comédia, A vida de Gargântua e Pantagruel, Dom Quixote, a Bíblia e os próprios contos de Perrault, como são mostrados abaixo:






                                                 Ilustrações tiradas do livro Contos de Fadas da editora Zahar

           Em 1869, foi contratado para ilustrar o livro Londres: Uma Peregrinação. Mas seus desenhos foram extremamente criticados, devido ao foco na pobreza da cidade ao invés do glamour. Por viver uma vida de boemia, morreu pobre com apenas 51 anos de idade.
            Apesar de já ter visto suas ilustrações nos contos de Perrault, nunca tinha conhecido a história por trás desse artista nem o seu nome, por isso, fico feliz de ter ido a esta palestra. Gosto muito de suas pinturas e queria que tivesse algum ilustrador brasileiro que fizesse obras parecidas para os meus contos (e que fosse barato). Quanto a Perrault, é sempre bom adquirir conhecimento mesmo de autores bastante conhecidos. Fico feliz de ter ido a esta palestra e espero que venha outras por aí.

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