sexta-feira, 26 de agosto de 2022

O terror do nosso folclore

 


            Trago novamente mais um livro do Kindle baseado no nosso folclore, dessa vez focado no terror. Corpo Seco e outras histórias foi escrito por Luiz Junior em 2018. Como se trata de uma coletânea de contos, vou analisá-los separadamente e depois darei minha opinião final. Comecemos:

 

Corpo Seco – Em Natividade da Serra, Marcos caminha com sua namorada Sueli e seu primo João. Eles andaram bastante até chegar no barco que os levaria até o sítio. Mas próximo ao barco, havia um homem desconhecido pedindo carona. Quando os quatro entram no barco, ele começa a afundar e o homem... Neste conto, como o próprio título diz, conta a lenda do Corpo Seco, um ser malvado que foi rejeitado tanto pelo céu quanto pelo inferno e cujo corpo morto apronta com os vivos. Ele pode sugar o sangue de alguém com um toque, fazendo dele uma estranha mistura de zumbi e vampiro. Nesta história apresenta um jeito de acabar com a assombração. Mas será que ainda assim eles conseguiram se livrar da assombração?

A Pisadeira – Carlinhos, o filho do doutor Raimundo, anda tendo muitos pesadelos que não os deixa dormir direito. A coisa só piora quando o menino acorda com arranhões em seu corpo. Não achei este conto tão aterrorizante.

O Bradador – Zé Mario e Zuleide estavam na estrada quando o pneu furou já de madrugada. Eles encontraram uma casa abandonada e acabaram passando a noite lá devido a chuva. Então começaram a ouvir barulhos estranhos... Um conto com um final feliz.

A Curacanga – Pela primeira vez, ufólogos e cientistas se juntam para decifrar um fenômeno que ocorre no Maranhão. Os cientistas acham que é o fogo-fátuo, os ufólogos acham que são sondas intergalácticas. Já os moradores acham que é a Curacanga, a sétima filha nascida cuja cabeça desprende do corpo. Quem será que está certo? A resposta é óbvia, mas achei criativo ter colocado cientistas e ufólogos trabalhando juntos.

Labatut – O general francês Labatut não é conhecido pelo seu bom temperamento. Por besteira, acabou descontando sua raiva em um escravo. Muitos anos depois no Rio Grande do Norte, uma criança desaparece misteriosamente. História com um final feliz.

Mão – de – Cabelo – A doutora Beatriz estava numa consulta com um dos piores assassinos do Brasil, João do Mato. Este estava lhe contando de sua infância e de como encontrou pela primeira vez com uma assombração.

O Gorjala – Após lerem um relato sobre o encontro com o Gorjala, Wesley e Franccesco decidiram fazer um “mockumentary” (documentário fictício) sobre a criatura. Conto previsível.

Anhangá – Em um passeio pelo Mato Grosso, o fusca de Getúlio e Afonso ficou sem gasolina, tendo que assim parar o carro próximo a reserva. Mas as coisas estavam prestes a piorar. Senti que faltou mais emoção nesse conto.

A Perpétua – Michelle e seu marido Gustavo estavam passeando por Ilhabela. Na volta para a pousada, Michelle viu uma mulher toda de branco. Será que foi apenas uma ilusão? Obviamente não. Um conto ok.

Cabeça – de – Cuia – Durante esses anos, houve seis vítimas com perfis parecidos: todas era virgens chamadas Maria. Com isso, Miriam, que é um tipo de sacerdotisa da região, concluiu que o culpado era o Cabeça – de – Cuia e decidiu sequestrar a sétima Maria para acabar de vez com isso. Curto e cruel.

Pé do Diabo – Chico perdeu toda sua riqueza. Mas tentará recuperá-la fazendo um pacto com o Diabo em troca de seu primogênito. Será que ele vai conseguir? De todos os contos, este foi o que mais me surpreendeu.

 

            A maioria dos contos é mediano, sendo o meu favorito o Pé do Diabo, o único deles que não classificaria como terror. Dentre estas lendas apresentadas, não conhecia a Curacanga, o Mão – de – Cabelo, o Gorjala, a Perpétua, o Cabeça – de – Cuia nem o Pé do Diabo.  Recomendo para quem deseja conhecer mais do nosso folclore. É melhor saber um pouco deles antes que estes te encontrem.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário