Trago novamente mais um
livro do Kindle baseado no nosso folclore, dessa vez focado no terror. Corpo
Seco e outras histórias foi escrito por Luiz Junior em 2018. Como se trata de
uma coletânea de contos, vou analisá-los separadamente e depois darei minha
opinião final. Comecemos:
Corpo Seco – Em
Natividade da Serra, Marcos caminha com sua namorada Sueli e seu primo João.
Eles andaram bastante até chegar no barco que os levaria até o sítio. Mas
próximo ao barco, havia um homem desconhecido pedindo carona. Quando os quatro
entram no barco, ele começa a afundar e o homem... Neste conto, como o próprio
título diz, conta a lenda do Corpo Seco, um ser malvado que foi rejeitado tanto
pelo céu quanto pelo inferno e cujo corpo morto apronta com os vivos. Ele pode
sugar o sangue de alguém com um toque, fazendo dele uma estranha mistura de
zumbi e vampiro. Nesta história apresenta um jeito de acabar com a assombração.
Mas será que ainda assim eles conseguiram se livrar da assombração?
A Pisadeira – Carlinhos,
o filho do doutor Raimundo, anda tendo muitos pesadelos que não os deixa dormir
direito. A coisa só piora quando o menino acorda com arranhões em seu corpo. Não
achei este conto tão aterrorizante.
O Bradador – Zé
Mario e Zuleide estavam na estrada quando o pneu furou já de madrugada. Eles
encontraram uma casa abandonada e acabaram passando a noite lá devido a chuva.
Então começaram a ouvir barulhos estranhos... Um conto com um final feliz.
A Curacanga – Pela
primeira vez, ufólogos e cientistas se juntam para decifrar um fenômeno que
ocorre no Maranhão. Os cientistas acham que é o fogo-fátuo, os ufólogos acham
que são sondas intergalácticas. Já os moradores acham que é a Curacanga, a
sétima filha nascida cuja cabeça desprende do corpo. Quem será que está certo? A
resposta é óbvia, mas achei criativo ter colocado cientistas e ufólogos
trabalhando juntos.
Labatut – O
general francês Labatut não é conhecido pelo seu bom temperamento. Por
besteira, acabou descontando sua raiva em um escravo. Muitos anos depois no Rio
Grande do Norte, uma criança desaparece misteriosamente. História com um final
feliz.
Mão – de – Cabelo
– A doutora Beatriz estava numa consulta com um dos
piores assassinos do Brasil, João do Mato. Este estava lhe contando de sua
infância e de como encontrou pela primeira vez com uma assombração.
O Gorjala – Após
lerem um relato sobre o encontro com o Gorjala, Wesley e Franccesco decidiram
fazer um “mockumentary” (documentário fictício) sobre a criatura. Conto
previsível.
Anhangá – Em
um passeio pelo Mato Grosso, o fusca de Getúlio e Afonso ficou sem gasolina,
tendo que assim parar o carro próximo a reserva. Mas as coisas estavam prestes
a piorar. Senti que faltou mais emoção nesse conto.
A Perpétua – Michelle
e seu marido Gustavo estavam passeando por Ilhabela. Na volta para a pousada,
Michelle viu uma mulher toda de branco. Será que foi apenas uma ilusão? Obviamente
não. Um conto ok.
Cabeça – de – Cuia
– Durante esses anos, houve seis vítimas com perfis parecidos:
todas era virgens chamadas Maria. Com isso, Miriam, que é um tipo de
sacerdotisa da região, concluiu que o culpado era o Cabeça – de – Cuia e
decidiu sequestrar a sétima Maria para acabar de vez com isso. Curto e cruel.
Pé do Diabo – Chico
perdeu toda sua riqueza. Mas tentará recuperá-la fazendo um pacto com o Diabo
em troca de seu primogênito. Será que ele vai conseguir? De todos os contos,
este foi o que mais me surpreendeu.
A maioria dos contos é mediano, sendo o meu favorito o Pé
do Diabo, o único deles que não classificaria como terror. Dentre estas
lendas apresentadas, não conhecia a Curacanga, o Mão – de – Cabelo, o Gorjala, a
Perpétua, o Cabeça – de – Cuia nem o Pé do Diabo. Recomendo para quem deseja conhecer mais do
nosso folclore. É melhor saber um pouco deles antes que estes te encontrem.
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