Trago
novamente mais um livro de fantasia criado por uma brasileira. Desejos em
Guerra foi escrito por Sara Gusella em 2024. Será que é bom? Vamos
descobrir:
As nações
de Kahif e Sarahij estão em guerra. Zahira, uma jovem de Kahif, sonha em ser
médica e tirar a família da pobreza. Mas não consegue a vaga por não ser de uma
classe mais abastada. Enquanto Numan é um guerreiro de Sarahij que deseja
resgatar a sua honra. O rapaz guarda consigo o segredo de sua origem. O caminho
de ambos se colide quando decidem percorrer o deserto de Garib, que divide os
dois países, em busca do lago Yarghab, que é capaz de conceder desejos. Para
encontrá-lo, os dois terão que percorrer por uma zona perigosa e aturar um ao
outro.
Este
livro foi descrito como uma romantasia cristã. O que é uma romantasia? É um
termo que surgiu recentemente no meio literário para classificar uma fantasia
com foco no romance. E realmente, o amor que surge entre os dois protagonistas
durante a sua jornada é o tema principal desse universo fantástico. Agora a
parte cristã, a autora se inspirou em algumas histórias da Bíblia. Mas não sei
ao certo se isso se classificaria como um romance cristão, já que nenhuma das
figuras bíblicas foi mencionada pelo nome, ou pelo menos, nenhuma que eu tenha
conhecimento. Além da Bíblia, Desejos em Guerra também se inspirou na mitologia
árabe, com a aparição de um djin num capítulo, sendo este um espírito que vaga
pelo deserto e pode ser visto pela luz da lua.
A
história não é algo novo. É o típico “inimigos que se tornam amantes”, mas é um
clichê que eu gosto. Sendo que esta inimizade vem principalmente de Zahira, que
é mais emotiva e se zanga com mais facilidade enquanto Numan é mais calmo, mostrando
que além de estarem em lados opostos na guerra, suas personalidades se contrastam.
É mencionado que esses dois foram inspirados em Katara e Zuko, personagens do
desenho Avatar: A Lenda de Aang. Não assisti ao desenho, porém, sei que na
animação, tinham pessoas capazes de dominar os elementos e que a água tinha um
poder curativo. E aqui, alguns kahifesenses como Zahira são capazes de
controlar tecidos e os usam para curar feridas. Enquanto sarahijanos têm uma
visão de longo alcance.
O
livro tem uma história bonitinha, mas muito curta, contendo apenas dezessete
capítulos, fazendo com que a jornada de Zahira e Numan terminasse de forma
rápida. Acho que o texto poderia ser aumentado, dando mais desafios aos
protagonistas antes de chegarem ao seu destino final. Recomendo sua leitura
para aqueles que gostam de uma romantasia leve. Só tomem cuidado ao
atravessarem o deserto.
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