sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Romantasia Cristã

 


 

            Trago novamente mais um livro de fantasia criado por uma brasileira. Desejos em Guerra foi escrito por Sara Gusella em 2024. Será que é bom? Vamos descobrir:

As nações de Kahif e Sarahij estão em guerra. Zahira, uma jovem de Kahif, sonha em ser médica e tirar a família da pobreza. Mas não consegue a vaga por não ser de uma classe mais abastada. Enquanto Numan é um guerreiro de Sarahij que deseja resgatar a sua honra. O rapaz guarda consigo o segredo de sua origem. O caminho de ambos se colide quando decidem percorrer o deserto de Garib, que divide os dois países, em busca do lago Yarghab, que é capaz de conceder desejos. Para encontrá-lo, os dois terão que percorrer por uma zona perigosa e aturar um ao outro.

            Este livro foi descrito como uma romantasia cristã. O que é uma romantasia? É um termo que surgiu recentemente no meio literário para classificar uma fantasia com foco no romance. E realmente, o amor que surge entre os dois protagonistas durante a sua jornada é o tema principal desse universo fantástico. Agora a parte cristã, a autora se inspirou em algumas histórias da Bíblia. Mas não sei ao certo se isso se classificaria como um romance cristão, já que nenhuma das figuras bíblicas foi mencionada pelo nome, ou pelo menos, nenhuma que eu tenha conhecimento. Além da Bíblia, Desejos em Guerra também se inspirou na mitologia árabe, com a aparição de um djin num capítulo, sendo este um espírito que vaga pelo deserto e pode ser visto pela luz da lua.

            A história não é algo novo. É o típico “inimigos que se tornam amantes”, mas é um clichê que eu gosto. Sendo que esta inimizade vem principalmente de Zahira, que é mais emotiva e se zanga com mais facilidade enquanto Numan é mais calmo, mostrando que além de estarem em lados opostos na guerra, suas personalidades se contrastam. É mencionado que esses dois foram inspirados em Katara e Zuko, personagens do desenho Avatar: A Lenda de Aang. Não assisti ao desenho, porém, sei que na animação, tinham pessoas capazes de dominar os elementos e que a água tinha um poder curativo. E aqui, alguns kahifesenses como Zahira são capazes de controlar tecidos e os usam para curar feridas. Enquanto sarahijanos têm uma visão de longo alcance.

            O livro tem uma história bonitinha, mas muito curta, contendo apenas dezessete capítulos, fazendo com que a jornada de Zahira e Numan terminasse de forma rápida. Acho que o texto poderia ser aumentado, dando mais desafios aos protagonistas antes de chegarem ao seu destino final. Recomendo sua leitura para aqueles que gostam de uma romantasia leve. Só tomem cuidado ao atravessarem o deserto.  

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário