sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Ficção Histórica Infanto-Juvenil


            Depois de dois romances baseados na religião cristã, vamos agora para um livro de ficção histórica. O Príncipe e o Mendigo foi escrito em 1881 por Mark Twain, também autor de dois clássicos da literatura americana: As Aventuras de Tom Sawyer e As Aventuras de Huckleberry Finn. O Príncipe e o Mendigo teve várias adaptações televisivas. As versões que tive contato na minha infância foram a animação feita pela Disney de mesmo nome em 1990 e o desenho da Barbie de 2004, chamado A Princesa e a Plebeia.

            Na Inglaterra do século XVI, nasceram dois meninos idênticos na aparência, mas bastante diferentes em status sociais: Tom Canty, que veio de uma família pobre e Edward Tudor, o Príncipe de Gales. Tom sonhava em ser um príncipe até que por sorte do destino, ele encontrou Edward. Após conversarem, o príncipe se interessou pelas brincadeiras da classe baixa e, aproveitando a similaridade de seus corpos, tem a ideia de trocarem de lugar.

            Acredito que o clichê de uma pessoa rica trocar de lugar com uma pessoa pobre e ambas vivenciarem a vida uma da outra tenha começado com esse livro. O mendigo vê o quanto o príncipe tem de obrigações para manter ordem no país e o príncipe vê as dificuldades que seu povo passa, como bandidos, leis e punições rígidas. Edward nunca presenciara isso tão de perto, pois vivia trancado em palácios com a nobreza, sem ter a liberdade de ir para qualquer lugar. Mas o livro não ignora o fato de que entre as duas, a vida de príncipe era muito melhor, com Tom tendo não só se acostumado como também gostado de ser rei, enquanto Edward desejava mais que tudo voltar para a sua antiga rotina, mesmo tendo encontrado um bom amigo no soldado exilado Miles Hendon durante sua jornada.  

            Como dito no primeiro parágrafo, O Príncipe e o Mendigo se trata de uma ficção histórica, ou seja, uma história que retrata eventos e figuras históricas através de histórias fictícias, misturando a realidade com a imaginação. Personagens como príncipe Edward e sua família realmente existiram. Antes de morrer em seus quinze anos, Edward colocou sua prima como sucessora, mas sua irmã Mary tomou o trono e ficou conhecida como Bloody Mary, e perseguiu os protestantes por toda Inglaterra. Também é fato de o reino ter ficado bastante endividado após a morte do rei Henry VIII, conhecido por ter separado a Igreja da Inglaterra da autoridade do Papa e fundar a Igreja Anglicana. Ele também era conhecido como um rei cruel que perseguiu cristãos.

            É um bom livro. Recomendo sua leitura para crianças de dez a doze anos e para adultos que desejam conhecer uma ficção histórica com um enredo simples, mas com boas lições e cheio de tramas. E lembre-se: se encontrar alguém que seja muito parecido com você, pense bem antes de querer trocar de lugar com essa pessoa. Talvez sua vida seja melhor do que você pense.

 


 

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