sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Apollo e Diana: O encontro parte 4

           Parte 4

            - Ela não vai acordar não? Já é de manhã.
            - Já era para ela ter acordado. O sonífero não tem uma duração tão longa assim.
            - Vai ver ela estava com sono quando você o atirou.
            - Mestre?
Lana acordou. Estava deitada em um sofá usando uma pele como cobertor. Em sua volta estava Bot, segurando os seus óculos de múltiplas utilidades; seu reflexo e um cavalo branco, de crina e cauda roseadas e chifre pontudo como agulha:
- Onde estou?! Como vim parar aqui? Isso aqui é um unicórnio?
- Isso aqui não, garota. Mais respeito. – respondeu o ser místico, sem mover a boca. Seu chifre havia mudava para uma cor azul quando sua voz saía. – Posso ser mais nova que grande parte dos unicórnios, mas devo ser bem mais velha que você.
- Você está na minha casa. – respondeu a Lana do planeta Diana. – Trouxe você aqui para me ajudar a impedir que o Igneus entre em erupção.
- Ficou maluca! Não existe meio de se parar a erupção de um vulcão. A ciência ainda não descobriu nada para fazer isso. O jeito é fugir e arrumar outro lugar para morar. E por que eu estou te ajudando?! Meu chefe vai me matar...
- Quer comer alguma coisa para se acalmar? Se quiser eu pego algo para você na geladeira.
- Geladeira? Como vocês podem ter geladeira? Vocês eram para estar no que o meu planeta considera a era medieval.
- Era medieval? Isso foi há séculos atrás. – intrometeu-se Rosemary. – Nem eu era nascida.
- Achava que por usarem fênix falsas, vocês sabiam disso.
- Evitamos de ter contato com os nativos desse planeta. Mas acho que estão inventando meios para isso. Isso é, se já não inventaram. Há muita coisa que fica em segredo.
Lana foi levada para a cozinha. Sentou-se junto a uma mesa de madeira e viu uma lareira. Era a primeira vez que havia visto uma, pois elas haviam deixado de existir há muito tempo. Mas com certeza era a primeira vez que via uma geladeira feita de madeira. Era tão bonitinha e bem esculpida. A outra Lana colocou uma luva que estava em cima da mesa. Abriu um pouco a porta da geladeira e tirou uma jarra de água e colocou em um copo para a visita, que bebeu de bom grado:
- Eu ofereci para o seu companheiro, mas ele disse que não bebe e nem come.
- Sim. Ele se recarrega de energia solar a cada duas semanas. Vocês têm eletricidade nesse mundo?
- Não sei o que é isso.
- Do que funciona a sua geladeira?
- De magia.
- Magia? Isso não existe.
- No seu mundo pode não existir, mas aqui existe sim.
Bot abriu a geladeira de curiosidade. Dela saiu um vento frio e forte, que parecia até neve. Bot fechou-a. Estava todo molhado:
- Meu sistema diz que isso não é uma geladeira comum. E também diz que se eu fizer isso novamente, ele deixará de funcionar.
- Venha cá Bot, deixa eu fazer algumas anotações.
Já que sabia que não ia voltar para casa tão cedo, Lana aproveitaria cada descoberta que fazia desse mundo. Nas costas de Bot, surgiu um teclado e detrás de sua cabeça, uma tela. Lana tirou um pouco da água dele com a mão e começou a digitar:
- Quer comer alguma coisa também? – perguntou a outra Lana. – Daqui a pouco a gente vai sair.
- Sair para onde?
- Vamos encontrar um velho amigo. Quer ou não quer?

Lana acabou aceitando as torradas com manteiga e café, que virou sua refeição pelo resto da manhã. Ela e Bot acabaram indo com elas. Se a perguntassem do porquê ela havia ido, ela diria que foi porque não teve escolha, e que a outra Lana não a deixaria ir embora. Mas na verdade, era por ser uma pessoa curiosa e atraída por coisas belas e fofas, sendo o unicórnio da outra Lana uma delas. 

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