Estava havendo uma
reforma na minha casa para instalar uma prateleira nova. Então, foi tirada uma
porção de livros até que pudessem terminar. Esse era um deles. Eu fico na sala
mexendo no meu computador e ele estava lá. Ele me chamava: Me pegue. Me leia. Você me comprou há muitos anos atrás e ainda não
me leu. Sou até de uma edição mais antiga que a que estão vendendo agora, para
ver o quanto sou velho. Me pegue. Estou até amarelado de tanto esperar. Me pegue.
Logo que acabei o The Last Unicorn,
eu finalmente o peguei. E ele me contou a sua história.
A
Bússola Dourada ou A
Bússola de Ouro na edição mais recente, foi escrita pelo inglês Philip
Pullman em 1995, e é o primeiro da trilogia Fronteiras
do Universo. Eu também possuo o segundo livro, mas os dois tem uma edição
diferente, devido eu ter comprado o primeiro antes do lançamento do filme, que
estreou em 2007. O que para mim não é uma coisa legal, pois eu gosto de ter uma
coleção toda combinada. Com relação ao filme, ele não fez muito sucesso, apesar
de ter um elenco bastante conhecido. Porém, ouvi falar que haverá uma série que
focará todos os livros.
Lyra é uma menina
que foi criada a vida toda na Faculdade Jordan, tendo um tio muito ocupado em
viagens. Mas começou a ter uma onda de desaparecimentos de crianças por vários
locais, chegando a sua cidade. Ela junto com seu daemon (se lê dimon)
Pantalaimon decidem investigar, começando assim suas aventuras.
Algo que achei interessante foram os daemons. Todas as
pessoas vivas possuem um, que na infância podem mudar para qualquer animal, até
a criança crescer e ele se fixar em uma forma. Eles são as almas dos seres
humanos. Seu nome em latim significa divindade ou espírito, mas é impossível
pensar que o autor escolheu apenas por causa do seu significado literal. Como
eu disse acima, daemon se lê dimon, que em inglês lembra o som da palavra demon
(demônio). Coincidência? Acho que não.
Apesar
de ser um livro do gênero fantasia, com bruxas e ursos falantes de armadura,
existe um tópico nesse livro que discuti algo que até os dias não houve uma
solução ou uma completa concordância entre elas: quem está certa, a ciência ou
a religião? Acredito que seja por isso que esse livro deu certa controvérsia,
pois até hoje existe esta disputa. Além disso, a história se refere a Igreja Cristã
com uma completa inabilidade de aceitar pesquisas cientificas que envolvam a
existências de outros mundos que não seja o terreno e o divino, mas que aceita
a criação do Conselho de Oblação para fazer experimentos em crianças para saber
mais sobre o Pó. O Pó seria partículas que só aparecem em adultos e, por algum
motivo, as crianças não os tem e só começam a ter quando atingem a puberdade.
Imagino que deste ponto, vocês podem tirar suas teorias, pois não vou falar
mais nada disso.
Lyra, a
protagonista da trama, é o que eu chamaria de uma tomboy, ou seja, uma menina
que gosta de hobbies considerados masculinos. Ela se envolvia em brigas com
meninos, seus amigos também eram em sua maioria, senão todos, garotos e ela
nunca brincou de boneca ou coisas deste estilo. Acho uma reviravolta
interessante que ela tenha que em sua jornada usar não a força, mas a
inteligência para resolver seus problemas, aprendendo a enganar as pessoas para
se salvar. Não que a arte de mentir seja algo exclusivo das mulheres, isso
seria ofensivo, porém ver uma garota que tenha uma certa força em seus
pensamentos em um mundo machista é algo que vejo como positivo para uma
personagem. Se bem que gostaria de ver o que aconteceria nesse tipo de trama se
fosse uma garota mais feminina como protagonista. Seria um pouco diferente,
imagino, mas também seria interessante.
No final, houve uma ocorrência estranha na relação entre
dois personagens, que eu não esperava que acontecesse e deixou o que eu chamo
de cliffhanger (deixa para uma possível continuação). Não vou me deter a mais
detalhes. Vou deixar isso para a análise do segundo livro. Enquanto isso,
aproveitem e leiam o primeiro antes de embarcar no próximo mundo, que como diz
o próprio romance, se passará no “universo que nós conhecemos”.
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