Volto novamente com mais
uma resenha de um livro fantástico. O Livro dos Dragões é uma coletânea
de contos, escritos pela autora Edith Nesbit em 1899. Nesbit é considerada a
primeira escritora moderna do gênero infanto-juvenil e influenciou autores como
C. S. Lewis e J. K. Rowling. As histórias foram publicadas na revista The
Strand Magazine, que também popularizou as histórias de Sherlock Holmes
de Arthur Conan Doyle e da série Hercule Poirot de Agatha Christie.
Vamos para a análise dos contos:
O livro das feras
– Após a morte de seu tatatatataravô, Lionel assume o
trono como o novo rei. O antigo monarca também tinha um enorme gosto por livros
e sua fixação por eles fez ele ser chamado de mago. Lionel também herdou esse
gosto pela leitura e ao chegar em sua biblioteca, pegou para ler O livro das
feras. Qual não foi a surpresa do garoto quando viu as criaturas do livro
ganhando vida e saindo de suas páginas? Conto
que mostra que não devemos ignorar os problemas por muito tempo, pois alguma
hora eles voltam para te infernizar. Um detalhe: a autora confundiu o hipogrifo,
que é um ser com corpo de cavalo, cabeça e asas de águia, com o pégaso, que é o
cavalo alado.
Tio James – Num
estranho país chamado Rotundia, todos eram gentis. Exceto James, tio da
princesa Mary Ann. Querendo se livrar da sobrinha para ficar com o reino para
si, ele aproveita para fazer uma aliança com um dragão roxo que deseja devorar
a princesa. Mas Tom, o filho do jardineiro,
fará de tudo para impedi-los. Conto tradicional em que o mocinho vence o
vilão usando sua esperteza. O que sai do molde dos contos de fada é o jeito que
narrador conversa com leitor e explica o motivo da estranheza de Rotundia.
Os salvadores da
pátria – Effie sentiu algo em seu olho e pediu para
seu pai ajudar a tirar. Ao ver em um microscópio, viu que era uma criaturinha
parecida com um dragão. Logo depois dessa descoberta, a cidade foi tomada por
vários desses dragões, que variavam bastante de tamanho. Cansados dessa praga,
os irmãos Effie e Harry foram a procura de São Jorge para acabar com esses
bichos. Um conto bem louco, mais destinado ao público infantil.
O dragão de gelo –
George
e Jane estavam admirando os fogos de artifício quando viram um pedaço da aurora
boreal. Então, ambos decidiram desobedecer os pais e saíram em direção ao Polo Norte
para ver a aurora boreal completa. Um conto que mostra que não se deve
desobedecer os pais e que sua gentileza pode ser recompensada.
A ilha dos
redemoinhos – Uma rainha foi até a morada de uma bruxa
para lhe pedir um bebê. Ela recebeu a criança,
mas o rei, um feiticeiro bastante mal-educado, ficou insatisfeito, pois
o bebê era uma menina e não podia herdar nem aprender suas feitiçarias.
Então, quando a princesa completou dezoito
anos, ele a colocou na Torre Solitária, que ficava na ilha dos Nove Redemoinhos,
e pagou um dragão e um grifo para vigiarem a moça. O homem que fosse capaz de libertá-la,
teria sua mão e o trono. Um dos poucos contos em que a bruxa é boa e o rei é
mau. Mas tirando isso, tem os moldes de um clássico conto de fadas. Uma boa
história.
Os domadores de
dragões – John era um ferreiro humilde que para
fazer o seu negócio teve que se mudar
com sua esposa e bebê para as ruínas de um antigo castelo, cujos donos haviam
falecido a muito tempo. Para o seu azar,
descobriu que havia um dragão na masmorra e este lhe pediu para que concertasse
sua armadura, para assim devorar as pessoas da cidade. John conseguiu convencer
o dragão a ser amarrado, mas como meio de John manter sua promessa, o dragão
exigiu ficar com seu bebê até que sua armadura fosse consertada. Porém, John
deu um jeito de enganar o dragão e deixá-lo acorrentado. Anos se passaram e um
gigante apareceu, vindo em direção a cidade. Foi então que Johnnie, o filho de
John, e sua amiga Tina, tiveram a ideia de deixar o dragão lutar contra o gigante.
Conto em que os personagens usam da inteligência para se safarem dos problemas
e um jeito criativo e imaginativo de contar a origem de um dos animais
domésticos mais famosos.
O dragão feroz – A
princesa Sabrinetta teve o seu reino tomado por seu primo, lhe restando apenas
uma torre a prova de dragões. Um dia, ela avistou algo que parecia um dragão. Isso
foi confirmado quando crianças voltaram correndo para o palácio para avisar ao
príncipe. Ele tenta caçar o dragão, mas falha. Um jovem chamado Élfico lhe
ajuda a capturar o dragão quando príncipe prometeu metade do seu reino e a mão de
sua prima. Porém, o malvado soberano não pretendia cumprir sua promessa... E,
como em todo conto de fadas, o vilão se dá mal.
O gentil Edmund – Edmund
era um garoto questionador que adorava descobrir coisas. As pessoas escutavam
sons estranhos, vindos de uma caverna e, como era curioso, Edmund foi até lá
para ver quem fazia esse barulho. A curiosidade pode ser benéfica na hora de
descobrir coisas novas, mas também pode lhe causar problemas se não tiver
cuidado. Essa é uma das lições que tirei desse conto, a outra é a de que não
adianta argumentar quando não se tem provas ou com pessoas céticas.
Como visto nos resumos, os contos são destinados ao
público infanto-juvenil, cuja maioria deles é composta por protagonistas
crianças. Isso é apresentado também na linguagem que os narradores utilizam,
conversando com o leitor como um adulto conversaria com um menor, mas sem de
nenhuma forma, menosprezá-lo. O meu favorito foi A ilha dos redemoinhos.
Recomendo a leitura. Só tome cuidado para os dragões não fugirem do livro
quando abri-lo.
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